A Confederação Nacional de Servidores Públicos do Equador (Conasep) anunciou nesta sexta-feira (19/02) que aderiu à marcha indígena que exige uma recontagem de votos das eleições presidenciais de 7 de fevereiro.
A mobilização está caminhando por províncias equatorianas até Quito para se estabelecer na sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Os protestos convergem com pedidos feitos pelo candidato à Presidência do partido indígena Pachakutik, Yaku Pérez, que afirma, sem provas, ter havido fraudes no pleito e exige uma recontagem geral.
O presidente da Conaesp, Iván Bastidas, afirmou que, mesmo a marcha sendo partidária, os servidores mantêm neutralidade em relação a Pérez, defendendo que a aderência dos servidores é somente pela transparência do processo eleitoral.
“Decidimos aderir à mobilização nacional e apoiar nas províncias a marcha que começou na quarta-feira (17/02) em Loja. Temos associações e federações em diferentes partes do país e vamos apoiar esta iniciativa do movimento indígena”, disse Bastidas.
Tendo início nesta quarta-feira (17/02), a chamada “Marcha Nacional em Defesa da Democracia” chegou quinta-feira (18/02) à cidade de Cuenca, no sul do país e a 467km de Quito, e nessa sexta-feira pretende chegar à província de Caña.
A Confederação Indígena da província andina de Chimborazo (Comich), no centro do país, também aderiu às ações para exigir a recontagem dos votos, disse o presidente da organização, Carlos Tagua.
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Mobilização está caminhando por províncias equatorianas até Quito para se estabelecer na sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE)
Pérez e o direitista Guillermo Lasso realizam uma disputa voto a voto pelo segundo lugar no pleito. O candidato indígena chegou a liderar a disputa pela segunda vaga, mas na última semana, o “banqueiro” Lasso virou e começou a abrir vantagem, se consolidando como o candidato que deve ir ao segundo turno.
Por outro lado, Pérez pediu às autoridades do CNE que suspendessem o escrutínio oficial preliminar que o coloca em terceiro lugar e o deixaria fora do disputa no segundo turno, no dia 11 de abril.
As eleições de 7 de fevereiro foram vencidas pelo candidato presidencial da aliança progressista União pela Esperança (Unes), Andrés Arauz, com 32,7%.
Recontagem dos votos
O CNE recusou a solicitação de Pérez, após acordo com Lasso, de recontagem de 50% dos votos em 16 de 24 províncias e de 100% dos sufrágios na província de Guayas, por não atingir a maioria necessária para validar o pedido.
Esse foi o segundo pedido de recontagem feito por Pérez. Na semana passada, o candidato já havia solicitado ao conselho que fossem recontados os votos em sete províncias.
Disputando com Pérez o segundo lugar, Lasso foi contra a recontagem nacional dos votos, concordando apenas que fosse realizada uma recontagem nas urnas da cidade de Guayaquil, já que o candidato indígena também alega fraudes nessa região.
No entanto, um dia após o acordo, o candidato pela aliança CREO-PSC voltou atrás da decisão. Em carta enviada ao CNE, Lasso pediu que fossem promulgados os resultados do primeiro turno eleitoral, “sem prejuízo das correspondentes contestações que se apresentem nos termos da lei”.
Após a recusa do conselho, Pérez, disse nesta quarta-feira (17/02) que não irá apoiar Lasso caso o direitista dispute o segundo turno das eleições no país. “Não sonhe que vamos apoiar o crime organizado e a corrupção do senhor Guillermo Lasso. Somos os únicos que podem vencer”, disse.
De acordo com o conselho eleitoral, há uma previsão que os s resultados oficiais da eleição devem sair ainda neste final de semana. Com a divulgação, os candidatos e as organizações políticas podem entrar com pedidos legais para reavaliação dos votos.
(*) Com Telesur.