A Confederação de Veteranos de Guerra da República Argentina, anunciou nesta quinta-feira (16/11) que apoiará o candidato peronista Sergio Massa, da coalizão União pela Pátria, no segundo turno das eleições presidenciais da Argentina.
A postura da organização que reúne os ex-combatentes argentinos da Guerra das Malvinas (1982) foi oficializada em reunião que contou com o presidente da entidade, Ramón Robles, além do candidato a vice na chapa de Massa, Agustín Rossi, e o atual chanceler da Argentina, Santiago Cafiero.
Durante o encontro, Robles reforçou o repúdio dos ex-soldados que lutaram nas Malvinas às declarações do adversário de Massa, o candidato de extrema-direita Javier Milei, durante o debate realizado no domingo (12/11).
Na ocasião, o extremista disse que a ex-premiê britânica Margaret Thatcher era uma das líderes políticas que ele mais admira. A chamada “Dama de Ferro” governou o Reino Unido durante a guerra contra a Argentina pela soberania do arquipélago.
“Aquela declaração (de Milei sobre Thatcher) nos causou uma dor muito grande, porque não podemos conceber que alguém que nega as Malvinas possa ter chances de chegar à Presidência. Esperamos que o povo não lhe dê o voto e entenda que 632 companheiros nossos deixaram seu sangue nas Malvinas”, afirmou o ex-combatente.
Luis Cetraro / Télam
Ex-combatentes das Malvinas se reuniram com candidato a vice de Massa, Agustín Rossi, e declararam apoio ao peronista
Em seguida, Robles foi além e acusou o candidato da direita de “preparar o terreno para desmalvinizar a sociedade, fazer com que as pessoas esqueçam que devemos reivindicar a soberania das Malvinas”.
O líder da confederação de veteranos de guerra admitiu, porém, que nem todos os seus companheiros estão a favor das propostas de Massa, mas que mesmo aqueles que o olham com desconfiança afirmar que votarão no atual ministro da Economia em repúdio a Milei.
Por sua vez, o vice de Massa, Agustín Rossi, aproveitou para atacar o candidato adversário, ressaltando que “as Ilhas Malvinas são uma causa nacional que a Argentina não pode renunciar”.
“Estamos profundamente comprometidos com a questão das Ilhas (Malvinas) e devemos ser claros nesse sentido, não pode haver ambiguidades em um tema tão importante para o país. Dizer que admira Margaret Thatcher, como fez Milei, é inclusive uma afronta à Constituição Nacional, que a descreve como uma parte do nosso território que foi invadida por uma potência imperial estrangeira”, recordou o candidato a vice.