O ultraliberal Javier Milei, que ficou em segundo lugar no primeiro turno das eleições presidenciais na Argentina, abriu a possibilidade de Patricia Bullrich, candidata de centro-direita, de entrar em seu possível governo.
“Se quiser somar é bem-vinda, ela foi eficiente no combate à insegurança, por isso não temos problemas”, afirmou Milei em uma entrevista.
A declaração do candidato foi extremamente diferente da feita durante a campanha eleitoral, quando acusou Bullrich de ter colocado bombas em jardins de infância durante a época que era militante do grupo armado de esquerda Montoneros, na década de 1970.
A derrota no primeiro turno das eleições para o peronista de centro-esquerda Sergio Massa, atual ministro da Economia da Argentina, fez Milei baixar o tom para ter uma chance de vitória no segundo. O objetivo é conquistar parte dos 23% dos votos obtidos por Bullrich.
Flickr/Javier Milei
Javier Milei, segundo colocado no primeiro turno das eleições na Argentina, durante programa ‘La Noche de Mirtha’
“A campanha eleitoral fez com que muitos daqueles que querem mudanças se encontrassem em oposição e considero que esse processo de agressão e ataques terminou. Estou disposto a começar do zero para acabar com o kirchnerismo”, destacou Milei.
Massa, que é da coligação governista e lidera a economia da Argentina que vem vivendo seu pior momento dos últimos 20 anos, teve quase 37% nas eleições gerais do último domingo (22/10), contra 30% de Milei.
Quase nove milhões de votos foram para os outros três candidatos que saíram do pleito derrotados: Bullrich, Juan Schiaretti e Myriam Bregman.