As legendas aliadas ou integrantes da coalizão Frente de Todos, vitoriosa nas eleições presidenciais da Argentina realizadas neste domingo (27/10), alcançaram resultados expressivos na nova conformação do Congresso do país, conquistando maioria no Senado e com grandes chances de aumentar o número de deputados na Câmara.
Encabeçada pelo presidente eleito Alberto Fernández e sua vice, a ex-mandatária Cristina Kirchner, a coalizão elegeu 64 deputados, o que garantiu um total de 110 parlamentares somente do Partido Justicialista (peronista), maior força política dentro da coalizão, na instância baixa do poder legislativo.
Entretanto, espera-se que com partidos aliados e integrantes da Frente de Todos, a base governista alcance até 120 deputados, aumentando em cinco o número de aliados na Casa. Segundo a imprensa argentina, tanto Kichner quanto Fernández possuem capital político para negociar tal apoio na Câmara entre legendas menores.
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Por sua vez, o novo governo, que assumirá dia 10 de dezembro, conquistou maioria no Senado, já que terá 38 membros ocupando a câmara alta, contando com filiados do partido peronista e legendas aliadas. Para se ter maioria na Casa, é necessário somar um total de 37 senadores. A votação do Frente de Todos para o Senado foi expressiva e a coalizão de Fernández e Kichner conquistou 13 assentos.
Na Argentina, o Congresso Nacional é renovado de maneira específica para cada instância. A Câmara renova a metade de sua composição a cada dois anos. O Senado, por sua vez, é renovado em terços e seus membros têm mandatos de seis anos.
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Votação do Frente de Todos para o Senado foi expressiva e a coalizão de Fernández e Kichner conquistou 13 assentos.
Forças macristas
A coalizão Juntos por el Cambio, do atual presidente Mauricio Macri, também teve resultados expressivos na Câmara dos Deputados e promete uma oposição ativa contra o governo de Fernández.
A força política de direita conseguiu eleger 56 deputados e alcançou um total de 120 assentos na Casa, registrando um aumento de 10 cadeiras. No Senado, as forças macristas alcançaram sete parlamentares e somaram um total de 27 senadores.
Governadores
Neste domingo também foram eleitos governadores das províncias de Buenos Aires, Catamarca e da Cidade Autônoma de Buenos Aires. Tanto em Catamarca quanto em Buenos Aires, o Frente de Todos conseguiu eleger seus candidatos.
Axel Kicillof, ex-ministro da economia, impediu a reeleição da macrista María Eugenia Vidal e venceu a direitista por 52,09% dos votos contra 38,60%.
Após os resultados, o peronista afirmou que sua eleição “é uma enorme oportunidade e orgulho” e que o atual presidente Mauricio Macri produziu uma situação de “terra arrasada” na Argentina.
Em Catamarca, o kirchnerista Raúl Jalil venceu Roberto Goméz, do Juntos por el Cambio, por 60,4% contra 33,5%.
Por sua vez, a coalizão de direita do presidente Macri venceu na Cidade Autônoma de Buenos Aires e reelegeu Horacio Rodríguez Larreta com 55% dos votos.
Após a vitória, Larreta afirmou que já conversou com o presidente eleito, Alberto Fernández, para felicitá-lo pela vitória e manter os “canais de diálogo abertos”.
Eleição
A vitória da chapa Fernández-Cristina representa o retorno dos peronistas ao poder e o fim do governo neoliberal de Mauricio Macri, mandatário que, desde 2015, protagonizou um mandato marcado por profunda crise social e econômica.
Com 97,13% das urnas apuradas, Fernández aparece com 48,10% dos votos, contra 40,37% de Macri. A lei eleitoral da Argentina prevê vitória em primeiro turno se algum candidato alcançar 45% dos votos, ou se conquiste mais de 40% abrindo uma vantagem de 10 pontos percentuais do segundo colocado.