O Instituto de Estudos sobre Segurança Nacional de Israel (INSS, por sua sigla em inglês) divulgou neste domingo (03/12) uma pesquisa de opinião pública sobre as relações entre judeus e árabes no país desde que se iniciou a ofensiva militar de Tel Aviv contra os palestinos residentes na Faixa de Gaza, ação militar conhecida no país como Operação Espadas de Ferro.
Todos os resultados da pesquisa estão divididos entre o cenário entre os entrevistados judeus e os entrevistados árabes.
Na primeira pergunta da pesquisa, os entrevistados responderam se consideram que houve uma mudança nas relações entre as populações judia e árabe residentes em Israel. Entre os entrevistados árabes, 54% afirmaram que a discriminação por parte dos judeus piorou desde o início da ofensiva, 5% disseram que a relação com os judeus melhorou e 29% consideram que não houve mudança significativa. Já entre os judeus, 50% alegam que as hostilidades por parte dos árabes aumentaram, enquanto 11% disseram que a relação melhorou e 29% acham que não houve mudança.
Outra questão destacada da pesquisa foi sobre a situação econômica. Entre os árabes, 54% reclamam que suas condições de vida pioraram desde o início da guerra, 36% não perceberam mudança e apenas 4% disseram que a economia melhorou. O cenário é um pouco diferente entre os judeus, entre os quais 38% afirmam que a economia piorou, 59% alegam que não houve mudanças e 2% disseram perceber uma melhora.
A pergunta que mostrou o cenário mais discrepante foi com relação a como cada setor sente o cerceamento à liberdade de expressão. Entre os árabes, 57% reclamam que as medidas impostas pelo Estado de Israel aos cidadãos afetam sua liberdade de expressão, enquanto 23% afirmam que o governo de Tel Aviv tem razão em suas medidas e 9% alegam que não houve mudanças significativas. Entre os judeus, 66% apoiam as medidas restritivas, enquanto 12% dizem ser contrários e 13% acreditam que não houve mudanças.
The Washington Institute
Resultados da pesquisa estão divididos entre o cenário entre os entrevistados judeus e os entrevistados árabes
Sobre o sentimento de segurança pessoal entre cada público, a percepção dos árabes é significativamente mais baixa do que entre o público judeu: 49% dos árabes admitem temer por sua segurança pessoal, enquanto apenas 12% dizem se sentir amplamente seguros. Entre os judeus, 24% de dizem amplamente seguros e 28% alegam temer por sua segurança.
Na pergunta sobre o o objetivo de “destruir o Hamas”, alegado pelo governo de Benjamin Netanyahu para justificar a ofensiva a Gaza, 34% do público árabe disse apoiar fortemente tal discurso, 10% apoia moderadamente, 17% se mostrou contrário a esse discurso, e a maioria, cerca de 39%, preferiu não opinar – situação que reforça o resultado sobre o sentimento com relação às restrições à liberdade de expressão. Em contrapartida, 96% do público judeu diz apoiar fortemente o objetivo da guerra, enquanto 1% apoia o objetivo moderadamente e 2% não apoia, mesma cifra dos que preferiram não opinar.
A última questão da pesquisa foi sobre o medo de serem presos. 41% dos árabes têm medo de que possam ser alvo de uma ação arbitrário do Estado israelense, enquanto 48% afirmam não possuir esse medo, e 10,5% preferiram não responder. O INSS de Israel não apresentou resultados sobre a mesma questão ao público judeu, e tampouco explicou se essa pergunta foi feita apenas ao público árabe – e porquê, se foi o caso.
As entrevistas para a elaboração do estudo foram realizadas entre os dias 16 a 19 de novembro de 2023, por telefone e por internet, e contou com apoio do Instituto Rafi Smith.
Com informações do Instituto Estudos sobre Segurança Nacional de Israel.