Em 21 de março de 1413, Henrique V torna-se rei da Inglaterra. Nascido no Castelo de Monmouth em 16 de setembro de 1387 era o primogênito de Henrique IV, que, ao subir ao trono, após derrubar Ricardo II em 1399, se converte em Príncipe de Gales e herdeiro do trono inglês.
Henrique V foi nomeado cavaleiro em duas oportunidades. A primeira aos 12 anos em meio a um campo de batalha irlandês em 1399, pela espada de Ricardo II. O rei levava o jovem Henrique ao combate na qualidade de refém para garantir o bom comportamento de seu pai Henrique de Lacaster, opositor político da coroa inglesa. A segunda ocasião foi com seu pai um dia antes da coroação — Henrique IV já havia mandado assassinar Ricardo II para usurpar o trono inglês.
Em 1440, Henrique IV mandou seu filho reprimir uma grande rebelião de um chefe galês que reivindicava para si o principado. Em menos de dois anos, o jovem conseguiu sufocar a rebelião. Dessa experiência com os guerreiros galeses, ele aprenderia as táticas guerrilheiras que aplicaria mais tarde na França.
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Com a morte de seu pai, Henrique IV, em 1413, sobe ao trono como Henrique V e desde o começo seu principal objetivo era exigir para a Inglaterra territórios franceses que considerava como seus: Aquitânia, Gasconha e Normandia.
Os ingleses haviam perdido a Aquitânia sob o reinado de João sem Terra (1199-1216), irmão de Ricardo Coração-de-Leão e em seguida perderam os outros ducados sob o reinado de Eduardo III, em plena Guerra dos Cem Anos. Henrique V decide retomar ditos Estados e o conseguiria com uma sorte inimaginável: os ataques de loucura de que padecia o rei Carlos VI da França e a guerra civil entre os duques de Borgonha (João sem Medo) e o de Orleans, que converteram esse momento no ideal para Henri atacar.
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Em 21 de março de 1413, Henrique V tornou-se rei da Inglaterra
Henrique V construiu uma grande frota, modernizou o sistema de recrutamento e agregou novas armas e peças de artilharia ao seu Exército. Cruzou o Canal da Mancha e, em setembro de 1415, sitiou a estratégica cidade de Harfleur, localizada no estuário do rio Sena. No entanto, a ação causou tantas baixas que Henrique V decidiu retirar-se para Calais e regresar à Inglaterra. No caminho, ele e suas tropas foram alcançados pelos franceses em Agincourt, onde conseguiu uma estrondosa vitória apesar de superados numéricamente.
Esta foi a vitória final de Henrique V. Em Agincourt capturou importantes nobres franceses, entre eles o mesmíssimo duque de Orleans, primo do rei, que só seria libertado em 1440. Outrossim, recuperou três quartas partes dos territórios que em sua teoria lhe correspondiam.
Hábil estadista que era, Henrique V decide unir-se à dinastia real dos Valois por matrimônio, pedindo a mão da joven princesa Catalina de Valois, a mais joven das seis filhas do rei Charles VI e da rainha Elisabeth da Bavária.
Enquanto cuidava de seu casamento, pressionou o soberano francês a reconhecer sua vitória militar e nomeá-lo legítimo herdeiro do trono da França.
Foi bem-sucedido a ponto de Charles VI firmar o Tratado de Troyes de 1420 em que reconhecia Henrique V como seu único herdeiro após o casamento com Catalina, celebrado na catedral de Troyes em 2 de junho daquele ano. No tratado se estipulou ademais que os descendentes de Henri e Catalina seriam os sucessores de Charles VI. Por outro lado, o tratado deserdava seu filho, o delfim Charles, ao qual sua própria mãe acusou de bastardo. A assinatura desse documento, que equivalia ao fenecimento da coroa francesa, produziu uma grande onda de patriotismo: muitos dos grandes nobres franceses, como os duques de Bretanha, Alençon, Berry e outros, rechaçaram o tratado e sustentaram a legitimidade dos direitos do delfim como herdeiro.
No final de 1420, Henrique decide regresar à Inglaterra, levando com ele a esposa Catalina. Desse matrimônio nasceria um único filho, Henrique VI, que viria a ser assassinado na Torre de Londres em 1471, sucessor de seu pai nos tronos da Inglaterra e França.
Como a situação na França era convulsa e insegura, Henrique V decide retornar ao país gaulês em principios de 1422. Não voltaria a ver sua esposa e filho nunca mais.
Enfermo de disenteria, resolve consolidar as conquistas derivadas de suas vitórias militares. Tão débil que só se locomovia em liteira, morre no Castelo de Vincennes em 31 de agosto de 1422, 16 dias antes de cumprir 35 anos. Seu corpo foi trasladado para a Inglaterra e está enterrado na Abadia de Westminster.
Também nesta data:
1871 – Otto von Bismarck é designado chanceler alemão
1884 – Lei autoriza criação dos sindicatos de trabalhadores na França
1804 – Entra em vigor o Código Civil Napoleônico
1919 – Bela Kun funda uma república de sovietes na Hungria
1952 – África do Sul anula a Lei de Segregação Racial