Idealizado por Charles Pearson, o primeiro metrô do mundo é inaugurado em Londres às 6 horas da manhã de 10 de janeiro de 1863. A linha, com extensão de 6,5 quilômetros, permitiu ligar a rua Farringdon à rua Paddington. Malgrado os problemas de aeração, os trens do metrô funcionavam a vapor. Durante o primeiro dia, o “London Metropolitan” – hoje em dia conhecido como U-Tube (Underground Tube – tubo subterrâneo) transportaria cerca de 30 mil passageiros.
A construção de estradas de ferro teve início no Reino Unido no começo do século 19. Em 1854, seis terminais ferroviários haviam sido construídos fora do centro de Londres. O congestionamento do tráfego na cidade e nas áreas circunvizinhas havia crescido significativamente nesse período, em parte devido à necessidade dos viajantes de trem de completar sua ida ao centro da capital por transporte de superfície. A ideia de construir uma ferrovia subterrânea para ligar o centro de Londres com os terminais ferroviários foi inicialmente proposta nos anos 1830, mas somente nos anos 1850 é que a ideia foi levada a sério como solução para o congestionamento de tráfego.
Em 1854, o Parlamento aprovou a construção de uma ferrovia subterrânea. A “The Great Western Railway” (GWR) deu o suporte financeiro ao projeto quando se acordou que haveria uma junção ligando a linha subterrânea com seu principal terminal ferroviário em Paddington. A GWR concordou também em projetar trens especiais para a nova ferrovia.
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Ilustração mostra londrinos usando o metrô na estação de Baker Street em 1906
Uma escassez de fundos atrasou a construção por vários anos. Durante esse período, Charles Pearson, procurador da cidade de Londres, defendeu insistentemente o avanço da construção. Propôs planos para a demolição de favelas anti-higiênicas que seriam substituídas por novas acomodações para os seus habitantes nos subúrbios, com a nova ferrovia proporcionando o transporte para os seus locais de trabalho no centro da cidade. Em 1859, Pearson conseguiu persuadir a municipalidade a ajudar a financiar a construção e os trabalhos recomeçaram em fevereiro de 1860, sob o comando do engenheiro John Fowler.
A “Metropolitan Railway” foi inaugurada e não demorou para que a média de pessoas transportadas por dia ascendesse a 26 mil. Nos anos seguintes, trabalhos incessantes levaram à inauguração de diversas outras linhas. O metro londrino tinha inicialmente duas vias com bitolas distintas permitindo a utilização tanto dos trens especialmente desenhados quanto dos trens comuns de superfície. Já em março de 1869 foi padronizada uma única bitola para todos os trens do sistema.
Os primeiros túneis foram cavados usando principalmente o método de construção “cut-and-cover” (cortar e cobrir). Isto causava um transtorno muito grande, pois exigia a demolição de inúmeras propriedades na superfície.
O Metropolitano de Londres tem 270 estações e aproximadamente 400 quilômetros de trilhos, fazendo deste o maior sistema de metropolitano pelo comprimento da sua rota e um dos mais servidos em termos de estações. Há, no entanto, um grande número de antigas estações e túneis hoje em dia fechados. Em 2007, mais de um bilhão de viagens foram efetuadas, com um número recorde de passageiros. O recorde anterior era de 976 milhões de passageiros, numa média de 2,67 milhões de usuários por dia, em 2004 e 2005. A estação mais utilizada de todo o sistema de metropolitano é a Estação de King’s Cross St Pancras.
O Metropolitano de Londres fez história durante a Segunda Guerra Mundial, quando praticamente todos os cidadãos londrinos se refugiaram nos seus túneis durante os bombardeios alemães na Batalha da Inglaterra.
Londrinos se abrigam na estação Aldwych durante bombardeio alemão em 1940 (Wikimedia Commons)