O Instituto Pasteur é inaugurado em Paris em 14 de novembro de 1888. Financiado por uma subscrição internacional, este centro de pesquisas sobre as mais diversas espécies de vírus encheu de felicidade o mais popular dos sábios que a humanidade conheceu.
Nascido em Dole, no departamento de Jura, em 1822, Louis Pasteur se apaixona pelas fermentações. Descobre que elas nascem nos e com os microrganismos. Chegava ao fim a crença na geração espontânea. Inventa uma técnica de aquecimento que protege a cerveja e o leite contra os fermentos. É a ‘pasteurização’.
No vale do rio Ródano, o sábio revela a existência de um “micróbio” responsável pela doença dos bichos da seda. O corpo médico e o público em geral compreendem desse modo que é possível, graças à higiene, se proteger contra diversas doenças. Seguiu-se, a partir dessa constatação e divulgação, uma melhora notável de esperança de vida em todo o mundo.
Pode-se datar de 1857 a estreia da “revolução pasteuriana”. Nesse mesmo ano, a França entra em pleno vapor na era industrial, sob a égide do imperador Napoleão III. Na Grã Bretanha, outro sábio, Charles Darwin, lança as bases da Teoria da Evolução numa carta memorável. Nas Índias, uma revolta leva os britânicos a consolidar sua dominação.
Seus sucessos valem a Pasteur fortuna e consideração. Mas o melhor estaria por vir.
Em 6 de julho de 1885, quando a França estava no auge, Pasteur recebe em seu consultório parisiense um pequeno pastor alsaciano, Joseph Meister. Ele havia sido mordido por um cão raivoso e exigia cuidados imediatos.
O sábio assume o risco de lhe inocular uma nova vacina, produto de sua invenção. E para seu grande alívio, o menino sai curado da prova.
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Centro de pesquisas foi presidido por Louis Pasteur até a morte do francês, em 1895
No ápice da glória, Pasteur aproveita para lançar uma subscrição tendo em vista fundar um instituto que levaria o seu nome e que dirigiria até a sua morte, em 28 de setembro de 1895.
Aclamado por todo o mundo científico, Louis Pasteur manifesta seu gosto pelas honrarias e condecorações, mas sobretudo vale-se desse clima para captar uma parte da generosidade popular em proveito da pesquisa médica. “Não é apenas uma pedra e sim o signo de um pensamento generoso”, disse a respeito do edifício que estava sendo erguido na zona sul da cidade de Paris, no bairro de Vaugirard.
Por ocasião de seu falecimento, a França organizou uma grande cerimônia fúnebre oficial para aquele que o público local, a imprensa e inúmeros cientistas designaram como o “maior benfeitor da humanidade”.
Também nesta data:
1716 – Criador da função matemática, Von Leibniz morre em Hanover
1888 – É inaugurado em Paris o Instituto Pasteur
1907 – Baden Powell cria a organização dos escoteiros
1914 – Império Otomano declara Guerra Santa contra Inglaterra, França e Rússia
1922 – BBC realiza sua primeira transmissão radiofônica na Inglaterra
1951 – EUA tentam cooptar Iugoslávia socialista
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.