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Hoje na História

Hoje na História: 1944 - Churchill e Stalin começam a discutir futuro da Europa no pós-guerra

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Líderes deram início a uma conferência em Moscou para discutir a guerra contra a Alemanha nazista e o futuro da Europa pós-guerra

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2021-10-09T13:51:00.000Z

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Em 9 de outubro de 1944, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill e o premiê soviético Josef Stalin deram início a uma conferência em Moscou para discutir a guerra contra a Alemanha nazista e o futuro da Europa pós-guerra.

A derrota da Alemanha naquele momento parecia inevitável, e Stalin estava comprometido em intervir na guerra contra o Japão assim que os alemães capitulassem formalmente. A visão otimista dos acontecimentos permitia que boa parte das discussões versasse sobre as relativas esferas de influência das duas superpotências num cenário europeu posterior ao encerramento da Segunda Guerra Mundial. 

Churchill cedia à Romênia à disposição da União Soviética, visto que no próprio transcurso da conferência as tropas do Exército Vermelho já liberavam o país do controle alemão. Contudo, o primeiro-ministro britânico manifestava a intenção de ver o Exército Vermelho longe da Grécia. "O Reino Unido é quem deve liderar os países mediterrâneos”. Fecharam um acordo: Romênia pela Grécia.

Churchill era mais conciliador, disposto a repartir o espólio da guerra. A Iugoslávia poderia ser cortada ao meio, o leste para a União Soviética e o oeste para o Ocidente. Churchill desenhou inclusive um plano pelo qual as populações alemãs da Prússia Oriental e da Silésia seriam transferidas para o interior da Alemanha e a Prússia Oriental dividida entre a União Soviética e a Polônia, sendo a Silésia entregue à Polônia como compensação aos territórios que Stalin já ocupava e que tinha intenção de mantê-los sob controle.

Wikimedia Commons
Líder soviético Josef Stalin e o premiê britânico Winston Churchill

O líder conservador inglês insistia numa questão que seria difícil de negociar em termos de 50%-50%: a liberdade desses países de escolherem o seu próprio projeto nacional com autonomia e independência.

A intenção clara do primeiro-ministro britânico era a de que num segundo momento os territórios atribuídos à União Soviética ganhariam sua própria independência e se voltassem para as potências ocidentais. Churchill queria que cada nação fosse livre para escolher os governantes mais convenientes para os seus povos, especialmente os menores, mais vulneráveis.

Churchill não escondia o seu temor quanto ao avanço da influência comunista. Mas nada do que foi discutido verbalmente foi inscrito em pedra ou mesmo colocado no papel, mas que se tornaria um tema crucial quando, depois do conflito, começou a Guerra Fria.


(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.

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Política e Economia

Melhorar relações com os EUA em um futuro próximo é algo imprevisível, diz especialista cubana

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Cubanos afirmam que bloqueio estadunidense de mais de 60 anos já causou perdas de US$ 147,8 bilhões

Lucas Estanislau

Brasil de Fato Brasil de Fato

São Paulo (Brasil)
2022-05-21T18:00:00.000Z

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Após 60 anos vivendo sob um bloqueio comercial e financeiro, Cuba segue aberta ao diálogo com os Estados Unidos, mas uma melhora na relação entre os países em um futuro próximo é imprevisível. Essa é a opinião de Tania Parra, especialista principal para América do Sul da direção de América Latina e Caribe do Instituto Cubano de Amizade entre os Povos (ICAP).

Parra, que está no Brasil para se reunir com movimentos e organizações de solidariedade a Cuba, participou de um encontro realizado nesta segunda-feira (16/05) no Consulado Cubano em São Paulo com organizações e militantes que apoiam a Revolução Cubana. Além da representante do ICAP, estiveram presentes o cônsul de Cuba, Pedro Monzón, e membros de partidos de esquerda e movimentos populares solidários à ilha. 

Em entrevista ao Brasil de Fato, Parra afirmou que, mesmo com algumas mudanças feitas pelo presidente Joe Biden em relação ao bloqueio, os Estados Unidos “continuam querendo nos asfixiar” e, portanto, “nunca sabemos como será o futuro, como o governo dos EUA vai atuar”. 

Nesta segunda-feira, o Departamento de Estado dos EUA anunciou algumas flexibilizações nas sanções contra a ilha, como a restauração de voos para outras cidades cubanas além de Havana, a redução de impedimentos para envio de remessas ao país e facilidades em trâmites migratórios. 

“Eu espero que as relações melhorem, porque o povo norte-americano é um povo nobre, que também nos apoia, temos muitos amigos dos Estados Unidos que visitam Cuba em caravanas, em brigadas, que rompem o bloqueio, arriscam suas vidas e vão a Cuba levar doações, participam de atividades”, afirmou Parra.

Imposto em 1962 pelo então presidente estadunidense John F. Kennedy, o bloqueio econômico foi adotado por Washington como forma de desestabilizar o processo revolucionário iniciado na ilha em 1959, principalmente após a tentativa de invasão frustrada em Playa Girón, em 1961, realizada por mercenários financiados pelos EUA. 

Segundo o governo cubano, os prejuízos causados pelo bloqueio em 60 anos ultrapassam os US$ 147,8 bilhões. Após uma gradual aproximação realizada durante o governo do ex-presidente Barack Obama, as medidas contra a ilha foram endurecidas pelo republicano Donald Trump. Somente em sua gestão foram impostas 243 novas sanções. 

“Cuba está aberta ao diálogo, às conversas, assim como fizemos com Obama, quando tudo ia avançando bem, mas quando entrou o governo de Trump tudo retrocedeu, ele recrudesceu o bloqueio até sua máxima expressão”, analisou Parra.

A diretora do ICAP ainda comentou o fato de o Brasil ter mudado sua posição histórica na Assembleia Geral da ONU após a chegada de Bolsonaro à Presidência, passando a votar contra a suspensão do bloqueio a Cuba nas Nações Unidas. A votação ocorre há 29 anos e anualmente a maioria das nações rechaçam as sanções impostas pelos EUA.

"Nós vemos essa posição como sempre vimos as posições dos aliados dos EUA e dos que de alguma forma são marionetes do seu governo. Algum dia isso vai mudar e o povo brasileiro e o governo brasileiro votarão juntos, porque o povo brasileiro sempre esteve contra o bloqueio”, disse a cubana.

Pixabay
Tania Parra afirmou que, mesmo com algumas mudanças feitas pelo presidente Joe Biden, os Estados Unidos “continuam querendo asfixiar Cuba”

Confira outro trecho da entrevista:

Brasil de Fato: O presidente Joe Biden anunciou hoje algumas flexibilizações no bloqueio. O governo cubano e o ICAP esperam que as relações entre Cuba e Estados Unidos melhorem em um futuro próximo?

Tania Parra: Isso é imprevisível. Após tantos anos que eles passaram tentando nos asfixiar, tantos anos nos aplicando esse bloqueio injusto e cruel, nunca sabemos como será o futuro, como o governo dos EUA vai atuar. Nós sempre estamos atentos, porque a agressão contra Cuba não diminuiu, ao contrário, ficou cada vez maior. Por isso não sabemos o que pode acontecer. Cuba está aberta ao diálogo, às conversas, assim como fizemos com [Barack] Obama, quando tudo ia avançando bem, foram dados passos em frente. Mas quando entrou o governo de [Donald] Trump tudo retrocedeu, inclusive diariamente, quase minuto a minuto, nos impunham novas sanções, até chegar ao ponto de completar 243 medidas desse tipo. Ele recrudesceu o bloqueio até sua máxima expressão.

Portanto não temos boas experiências com os Estados Unidos, nossas experiências de relações com os Estados Unidos sempre foram negativas porque são eles que não querem ceder, continuam querendo nos asfixiar porque querem derrubar nosso governo, querem acabar com nosso projeto revolucionário. Eu espero que as relações melhorem, porque o povo norte-americano é um povo nobre, que também nos apoia. Temos muitos amigos dos Estados Unidos que visitam Cuba em caravanas, em brigadas, que rompem o bloqueio, arriscam suas vidas e vão a Cuba levar doações, participar de atividades. Por isso o povo não tem culpa. Todos os governos que passaram sempre estiveram contra nosso projeto. 

Os governos do México e da Bolívia afirmaram que se Cuba, Venezuela e Nicarágua continuassem excluídas da próxima Cúpula das Américas eles não participariam da reunião. Por que o apoio desses governos é importante para Cuba? 

Historicamente o povo do México tem sido muito amigo de Cuba e eu acredito que estamos em nosso melhor momento de relações com o México. Começando pela postura do presidente [Andrés Manuel] López Obrador quando visitou Cuba recentemente e recebeu a medalha José Martí. Nosso presidente, por sua vez, agradeceu todos os gestos do México em solidariedade a Cuba. Ele apoiou Cuba durante a pandemia e aceitou a ajuda de médicos cubanos, isso nunca havia ocorrido. Todas as suas declarações contra a atuação do governo dos Estados Unidos contra Cuba são mais uma mostra de sua solidariedade.

Eu acredito que o governo mexicano deu uma lição à região e com isso ficou provado quem são verdadeiramente os amigos de Cuba. México, Bolívia, inclusive Honduras se juntou a esses apelos, países do Caribe, da Caricom, também estiveram apoiando Cuba em um gesto de gratidão do que nosso país fez por eles. Por isso a Caricom [Comunidade do Caribe] também apoiou. Quantos estudantes do Caribe se formaram em Cuba? Do México? Da Bolívia? Muitos. Ou seja, é uma manifestação de solidariedade, de irmandade.

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