Sun Yat-sen (1866–1925), revolucionário chinês, é eleito o primeiro presidente da República da China em 30 de dezembro de 1911. Nasceu perto de Guangzhou de uma família de fazendeiros. Aos 13 anos ingressou numa escola anglicana para meninos em Honolulu, onde foi influenciado pela cultura ocidental, em particular o cristianismo.
Em 1892 formou-se em medicina numa faculdade de Hong Kong, exercitando a profissão nesta cidade. À parte dessas atividades, dedicou-se a derrotar a dinastia Ch'ing para em seu lugar estabelecer uma república chinesa estável.
Sun foge da China em 1895, após o fracasso de uma revolta. Viaja pelo mundo diversas vezes para obter ajuda dos chineses que viviam no exterior para financiar suas atividades. Neste período leva a cabo um intensivo estudo da política ocidental e da teoria social e fica profundamente impressionado com os textos de Karl Marx e de Henry George, economista, político e escritor norte-americano, cuja obra mais famosa é Progress and Poverty (Progresso e Pobreza), escrita em 1879, um tratado sobre a desigualdade, a natureza cíclica das economias industriais e seus possíveis remédios.
Sun organizou em 1905 uma liga revolucionária, a T'ung Meng Hui (Aliança Revolucionária), no Japão, e paulatinamente foi aperfeiçoando suas concepções políticas que finalmente foram baseadas em Três Princípios do Povo: nacionalismo, democracia e sustento do povo.
A revolução irrompeu na China e Sun foi eleito presidente provisório da república chinesa em 30 de dezembro de 1911. Dois meses mais tarde, porém, renunciou em favor de Yuan Shih-kai. Quando Sung Chiao-jen transformou o T'ung Meng Hui num partido político nacional chamado Kuomintang (Partido Nacionalista do Povo), Sun passou a comandá-lo.
Entrementes, cresceu a oposição aos métodos ditatoriais aplicados por Yuan. Em 1913, Sun lidera uma fracassada revolta contra Yuan, tendo sido obrigado a buscar asilo no Japão, onde reorganizou o Kuomintang. Regressou à China em 1917 e em 1921 foi eleito presidente de um autoproclamado governo nacional em Guangzhou no sul da China.
Para desenvolver um poder militar necessário para uma expedição – Expedição Norte – contra os militaristas de Beijing, criou a Academia Militar de Whampoa – atualmente Academia Militar de Huangpu – tendo Chiang Kai-shek como seu comandante, e com a assessoria de líderes políticos como Wang Ching-wei e Hu Han-min na condição de instrutores políticos. Em 1924, para apressar a conquista de toda a China, deu início a uma política de ativa cooperação com os comunistas chineses, aceitando a ajuda da União Soviética na reorganização do Kuomintang.
Após a morte de Sun, quando em 1927 os comunistas e o Kuomintang romperam, cada lado proclamou-se como seu legítimo herdeiro. A veneração oficial à memória de Sun, especialmente da parte do Kuomintang, passou a ser na prática um culto religioso, centrado em torno de seu túmulo em Nanjing. Sua viúva, Soong Ch'ing-ling, com quem havia casado em 1914, ascendeu a posições na alta hierarquia do governo da China Popular após 1949.