Nos primeiro momentos do dia 18 de setembro de 1970, Jimi Hendrix sofre uma reação alérgica após consumir pílulas e passa por uma crise de vômito. Sua namorada, Monika Danneman, supondo que ele já estivesse recuperado, sai de casa para comprar cigarros. Quando retorna, encontra-o desmaiado, engasgado com próprio vômito. Sem conseguir despertá-lo, chama uma ambulância. Já em um hospital próximo, Hendrix é dado como morto. Com apenas 27 anos, tornou-se logo uma forte influência para os guitarristas e roqueiros que surgiriam a partir dali.
Hendrix nasceu em Seattle, Washington, em 27 de novembro de 1942. Sua mãe cuidou muito pouco dele enquanto o pai combatia na Segunda Guerra Mundial. Alcóolatra, foi obrigada a enviar Hendrix para a casa de parentes em Berkeley, Califórnia. Quando seu pai retorna da Europa, em 1945, retoma a guarda do filho e o renomeia como James Marshall Hendrix.
Aos 13 anos, o pai de Jimi ensinou-o a tocar violão acústico. Em 1959, abandona o colégio e se alista no Exército. Não demora muito para se desencantar com o serviço militar. Após quebrar o tornozelo durante um treinamento de paraquedismo, acabou desligado de seu batalhão.
Passou a acompanhar bandas em circuitos de rhythm-and-blues, fazendo bem seu trabalho, mas ganhando muito pouco. À época, Jimi decide mudar-se para Nova York para interromper sua carreira musical. Contudo, por meio de um amigo, Curtis Knight, acaba participando da cena musical de Greenwich Village. Foi lá que passou a consumir maconha, cocaína e ecstasy.
Em 1966, enquanto se apresentava com sua própria banda, James & the Blue Flames, no Café Wha, Jimi improvisava a canção I’m the Man, de Bob Diddley. Linda Keith, namorada do guitarrista Keith Richards, do Rolling Stones, era uma das maiores fãs de Jimi e foi ela quem falou dele para o amigo e empresário Chase Chandler. Quando Chandler ouviu Jimi tocar pediu-lhe que fosse a Londres formar sua própria banda.
Ao se estabelecer na Inglaterra com uma nova banda chamada Jimi Hendrix Experience, composta por Jimi, como guitarrista e vocalista, Noel Redding, como baixista, e Mitch Mitchell, como baterista, deixou o público jovem enlouquecido com seu primeiro disco, Hey, Joe.
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Apesar da breve carreira, músico norte-americano influenciaria diversas gerações futuras do rock
No verão de 1967, Jimi apresenta-se nos Estados Unidos, durante o Monterey Pop Festival. Uma confusão nas coxias obrigou Jimi a subir no palco com a banda The Who, onde, após uma soberba performance, conquistou a plateia destruindo sua guitarra.
A carreira de Hendrix atinge o auge ao lançar dois álbuns do Experience, Are You Experienced? e Axis: Bold as Love. Esses discos o lançaram para os primeiros lugares das paradas de sucesso. Entretanto, fortes tensões, provavelmente ligadas ao uso das drogas e a constante presença de bajuladores no estúdio de gravação, começaram a afetar algumas de suas relações, inclusive com seu empresário, que o deixou em fevereiro de 1968.
Em setembro do mesmo ano, o Experience lança seu álbum de maior sucesso: Electric Ladyland. Todavia, no principio de 1969, o baixista Redding deixa o grupo, sendo substituído por Billy Cox, um antigo colega dos tempos de exército com quem havia tocado. Jimi passou a conviver com distintos músicos. Para o festival de musica de Woodstock, trajou uma vestimenta à qual deu o nome de Gypsies, Sun and Rainbows para tocar com Mitchell e Cox.
Sua única apresentação no Woodstock, em agosto de 1969, ocorreu em Bethel, Nova York. Lá Hendrix e sua banda deveriam executar o apoteótico número final. Devido a um atraso e problemas logísticos, Jimi apresentou-se na manhã do quarto e último dia. Havia somente 25 mil assistentes dos 400 mil que habitualmente estavam presentes. A interpretação cáustica do hino norte-americano The Star-Spangled Banner tornou-se o signo musical da contracultura.
Após Woodstock, Jimi formou uma nova banda, com Cox no baixo e Buddy Miles na bateria, para o álbum The Band of Gypsys. O último álbum de Hendrix, Cry of Love, foi gravado com Cox e seu ex-baterista do Experience, Mitchell.
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.