Aos 86 anos de idade, morreu nesta segunda-feira (12/06) o senador e ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi, protagonista da vida política no país nas últimas três décadas.
O líder do partido conservador Força Itália (FI) havia sido internado na última sexta (09/06) no Hospital San Raffaele, em Milão, para a realização de exames programados no quadro de uma leucemia crônica, mas a família confirmou seu falecimento na manhã desta segunda.
Berlusconi governou a Itália por três vezes, entre os anos de 1994 e 1995, 2001 e 2006 e 2008 e 2011, e era senador da República desde o fim do ano passado, integrando a base de apoio da premiê Giorgia Meloni.
Empresário de sucesso no ramo imobiliário e de mídia e um dos homens mais ricos do país, Berlusconi é recordista de tempo no poder na era republicana na Itália e ainda mantinha influência na política nacional, embora cada vez menor nos últimos anos.
Formado em direito, construiu uma reputação de homem de negócios, investindo em meios de comunicação, empresas de publicidade, alimentícias e na construção civil. Estabeleceu um canal de TV a cabo, Telemilano, que tornou-se o conglomerado Mediaset, e também comprou um dos maiores clubes do país, o Milan, que viveu seu período mais vitorioso sob o comando do ex-premiê, que o vendeu em 2017.
Flickr
Berlusconi governou a Itália por três vezes e era senador da República desde o fim de 2022
Já consolidado como empresário, Berlusconi aproveitou a “ressaca” da Operação Mãos Limpas, que atingiu os principais partidos políticos do país, e criou em 1994 sua própria legenda, o Força Itália, que o elegeria primeiro-ministro naquele mesmo ano.
Berlusconi também teve sua trajetória política marcada por problemas judiciais, como a condenação a um ano de serviços sociais por fraude fiscal em 2013, sentença que levou à cassação de seu mandato de senador e o deixou inelegível até 2018.
Ele ainda respondia a processos na Justiça por suspeita de manipulação de testemunhas nos casos apelidados de “Ruby ter”, desmembramentos do inquérito “Ruby”, no qual ele foi absolvido das acusações de prostituição de menores e abuso de poder.
Berlusconi deixa a sua companheira, Marta Fascina, e cinco filhos: Marina, Pier Silvio, Barbara, Eleonora e Luigi.