Morreu na madrugada desta quinta-feira (26/05) em Campinas, interior de São Paulo, o petroleiro, sindicalista e ex-prefeito da cidade Jacó Bittar, aos 81 anos. Ele enfrentava Parkinson há alguns anos e sua morte ocorreu em decorrência de complicações da doença.
Bittar foi um dos fundadores do Sindicato dos Petroleiros de Paulínia e Campinas, além de ter participado da fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em 1983, e do Partido dos Trabalhadores (PT), em 1980, sendo secretário-geral do partido por quatro anos.
Neste período, o político representava um dos expoentes do movimento sindical que combatia a ditadura militar, ao lado de outras lideranças como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de Olívio Dutra e Luiz Gushiken.
Tendo começado a trabalhar na Petrobras em 1962 como operador de processamento, liderou, anos mais tarde, em 1983, a primeira greve de petroleiros desde 1964, sendo demitido juntamente com centenas de trabalhadores.
Disputou a primeira eleição em que o PT participou em 1982, concorrendo ao Senado pela legenda, e tendo a atriz Lélia Abramo de suplente. Neste pleito, Lula concorria como candidato ao governo de São Paulo e tinha Hélio Bicudo como vice.
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Jacó Bittar foi trabalhador da Petrobras e sindicalista da categoria de petroleiros
Voltou a concorrer como senador em 1986, e foi eleito prefeito de Campinas em 1988, administrando a cidade até 1992. Um ano antes, ele migra para o Partido Socialista Brasileiro, mantendo, no entanto, vínculos com a agremiação petista. Lula inclusive o visitou recentemente em sua casa.
Em nota, o partido ao qual pertenceu até 1991 diz que “sua atuação nacional e internacional inscreveram Jacó no livro da história do movimento sindical brasileiro e do Partido dos Trabalhadores”.
O PSB, por sua vez, divulgou um comunicado por meio do atual vice-prefeito de Campinas Wanderley de Almeida, dizendo que Bittar “ao longo de mais de 50 anos de militância pelo Brasil” foi um “personagem ativo nas lutas e transformações sociais do país, sendo condutor ideológico e construtor da democracia brasileira”.
O texto diz ainda que na cidade que governou, ele promoveu uma revolução com “administração moderna, inovadora através de seus projetos sustentáveis, ecológicos, educacionais e de mobilidade urbana”.
Jacó Bittar faleceu em sua residência e deixa três filhos. Seu velório ocorre a partir das 11h30 na Capela do Cemitério da Saudade, em Campinas, com enterro previsto para às 16h30, no Cemitério de Sousas.
(*) Com Rede Brasil Atual.