A música cubana perdeu um dos seus maiores ícones nas primeiras horas desta terça-feira (22/11). Faleceu, aos 79 anos, o cantor e compositor Pablo Milanés, um dos mais maiores representantes da Nova Trova Cubana.
A equipe de comunicação do artista divulgou uma nota que diz que Milanés morreu em Madri, capital da Espanha, em decorrência de um câncer contra o qual lutava há alguns anos.
La cultura en #Cuba está de luto por el fallecimiento de Pablo Milanés, reconocido cantautor cubano, uno de los fundadores del Movimiento de la Nueva Trova.
Llegue a sus familiares y amigos nuestras más sentidas condolencias. pic.twitter.com/lbjiTISjbg— Manuel Marrero Cruz (@MMarreroCruz) November 22, 2022
Nascido em 1943, Milanés iniciou sua carreira no final dos anos 50 ao cantar o estilo musical conhecido em Cuba como feeling, entre apresentações solo e outras com o quarteto Los Bucaneros.
A partir do Primeiro Encontro Internacional da Canção de Protesto, em 1967, celebrado na ilha, inicia de fato a carreira. Após esse encontro, Milanés passou a compor suas principais obras com conteúdo político.
Ismael Francisco / Cuba Debate
Cantor e compositor cubano, Pablo Milanés lutava contra um câncer alguns anos
Também foi nessa época que Milanés se aproximou do cantor e compositor Silvio Rodríguez, no que muitos consideram a semente que iniciou o movimento musical Nova Trova Cubana, que se consolidaria nos anos 70 e revelaria outros grandes nomes da música do país socialista, como Noel Nicola, Vicente Feliú e muitos outros.
Entre seus maiores sucessos está a “Canción por la Unidad de Latinoamérica”, que reforça uma carreira marcada por importantes duetos com nomes da música latino-americana, incluindo artistas brasileiros como Chico Buarque, Milton Nascimento e Vinícius de Moraes, além da cantora argentina Mercedes Sosa.
Contudo, a canção mais recordada de Milanés é “Yolanda”. Outros importantes sucessos foram “El Breve Espacio en que no Estás”, “Cuanto Gané, Cuanto Perdí” e “Yo Pisaré Las Calles Nuevamente” – esta última em homenagem ao Chile e seu ex-presidente Salvador Allende.
Segundo o jornal cubano Granma, o artista “foi autor de uma obra monumental, que constitui uma referência incontornável da identidade e cultura cubana […] suas canções e interpretações magistrais compõem, por direito próprio, a trilha sonora da Revolução Cubana”.