Em primeiro lugar, permita-me saudar nosso povo, os mártires mortos ao longo dessa bárbara agressão israelense contra a Faixa de Gaza. Notadamente as crianças, as mulheres e os mais velhos.
Guila Flint/ Opera Mundi
Imagem de Barghouti e a mulher do líder palestino, Fadwa
Permita-me saudar também a revolta popular em Jerusalém, na Cisjordânia e no interior de Israel, assim como todos os movimentos de resistência. De minha cela estreita, entre milhares de palestinos aprisionados, eu sublinharei o que se segue:
Eu condeno a bárbara agressão contra nosso povo, sublinhando que é uma agressão contra toda a Palestina e a totalidade de nossa nação. Contra todos os árabes, muçulmanos e todas as pessoas que prezam a liberdade através do mundo.
Eu chamo os dirigentes palestinos, a começar pelo comitê executivo da OLP (Organização para a Liberdade da Palestina), pelo comitê central do Fatah – o presidente Mahmoud Abbas e seu governo -, e pela direção da Faixa de Gaza, para tomar parte, ao lado de nosso povo, na batalha de constantemente resistência e reconstrução.
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Eu chamo nosso povo a lançar um movimento popular massivo e a tomar parte das manifestações contra a agressão e a ocupação. Sustento também a necessidade de se levantar contra o bloco desumano contra nosso povo na Faixa de Gaza e de garantir a todos a abertura imediata de passagens como a de Rafah de modo permanente.
Eu chamo os serviços de segurança palestinos e todas as forças nacionais para defender suas obrigações e proteger os cidadãos em todo país.
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É importante retomar os esforços novamente da ONU (Organização das Nações Unidas) para obter a totalidade da adesão do Estado Palestino e ter acesso a todas as convenções e instituições que garantem a proteção dos direitos de nosso povo, a começar pela Corte penal internacional.
O caminho para a liberdade e dignidade é pavimentado por sacrifícios. As nações não devem cruzar os braços e ser vencidas. Elas devem recusar a coexistência de opressão e ocupação. Nosso povo tem recursos inesgotáveis para prosseguir a luta. Nós temos a obrigação de transformar o sacrifício em vitória política, nos aproximando da liberdade e da independência.
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Nosso povo deve unificar esses esforços para acabar com a ocupação e encarnar a unidade nacional que constitui a lei da vitória para povos oprimidos. Enfim, eu digo a nosso povo palestino, para todos onde estejam: nosso próximo reencontro chegará em breve. Essas barras da prisão, assim como a ocupação e a opressão, serão vencidas.
(*) artigo publicado originalmente pelo jornal francês L’Humanité
Tradução: Patrícia Dichtchekenian