O Tribunal Supremo Eleitoral da Guatemala (TSE) realizou, na noite desta terça-feira (05/09) a diplomação do sociólogo Bernardo Arévalo como presidente eleito do país centro-americano, e da cientista Karin Herrera como vice-presidente eleita.
O evento oficializou a vitória dos representantes do partido de centro-esquerda Movimento Semente nas eleições presidenciais, cujo segundo turno ocorreu no dia 20 de agosto.
Apesar de ter ficado em segundo no primeiro turno, a chapa de Arévalo e Herrera venceu a votação decisiva com 60,9% dos votos válidos, contra 39,1% de Sandra Torres, do partido Unidade Nacional pela Esperança (UNE), também de centro-esquerda – no primeiro turno, em 25 de junho, Torres havia ganho por 21,1% contra 15,5%.
A diplomação de Arévalo poderia ser o capítulo final de uma situação de “quase crise política” na Guatemala, devido às diferentes ações promovidas por parte do Ministério Público e de partidos de direita visando questionar o resultado das eleições e até mesmo a legalidade do registro eleitoral do partido Movimento Semente.
A última investida aconteceu no dia 28 de agosto, quando uma resolução do Cadastro de Cidadãos, organismo subalterno ao TSE, determinou a suspensão do registro eleitoral do Movimento Semente. A medida foi derrubada no domingo (03/09), por decreto dos ministros do tribunal eleitoral guatemalteco.
Movimento Semente
Karin Herrera e Bernardo Arévalo foram diplomados oficialmente pelo TSE como vice-presidente e presidente da Guatemala
Em entrevista concedida após a diplomação, Arévalo voltou a falar em “perseguição” e “tentativas de golpe institucional”, com críticas ao Ministério Público e aos partidos de direita, especialmente o Vamos, legenda conservadora liderada pelo presidente Alejandro Giammattei – e cujo candidato presidencial, Manuel Conde, ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 10,4% dos votos.
“Espero continuar contado com a bravura dos magistrados como os do TSE, que lutaram pela defesa da democracia e do respeito à vontade popular, e com o apoio do povo nas ruas para defender o seu voto e este projeto que pretende transformar a Guatemala e tornar real a esperança que nosso povo tem em um futuro melhor”, declarou o presidente eleito.
Por sua parte, a procuradora-geral da Guatemala, Consuelo Porras, repudiou as alusões de Arévalo com relação ações supostamente golpistas por parte do Ministério Público. Segundo ela, o líder do Movimento Semente foi “irresponsável e antidemocrático”.
“O respeito à democracia também consiste em que os representantes políticos não usem os microfones para intimidar as investigações que fazem parte do trabalho normal da Justiça”, questionou a procuradora, que também acusou o presidente eleito de tentar interromper seu mandato à frente do Ministério Público – que deveria durar até 2026.
Com informações de TeleSur e Prensa Libre.