A 28ª juíza criminal de Bogotá, Carmen Helena Ortiz, negou na última quarta-feira (28/04) a solicitação de exclusão do processo contra o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe Vélez (2002-2010), que deve ir a julgamento.
A partir da decisão, Uribe será julgado por seu envolvimento em crimes de suborno de testemunhas e fraude processual em relação a denúncias sobre ligações do ex-presidente com paramilitares.
De acordo com a mídia local, a representante jurídica questionou o trabalho realizado pelo Ministério Público colombiano sobre o caso, afirmando que há provas suficientes para continuar o processo contra o ex-presidente. “O escritório rejeitou o pedido de exclusão da investigação pelos crimes de suborno em processos criminais e fraude processual”, afirmou Ortiz.
Em 2021, o promotor de defesa de Uribe, Gabriel Jaimes, solicitou que o processo criminal contra o ex-presidente fosse encerrado, argumentando que não havia provas para acusar o ex-presidente. Entretanto, após a audiência, que durou mais de nove horas, Ortiz declarou que a defesa não conseguiu provar sua afirmação da não-existência do crime.
Além disso, a juíza também criticou o fracasso da acusação em chamar mais testemunhas que pudessem fornecer outras provas para o caso, admitindo que algumas dúvidas persistem e precisam ser esclarecidas.
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Em 2021, o promotor de defesa de Uribe solicitou que o processo criminal contra o ex-presidente fosse encerrado
A decisão de Ortiz pode ainda ser objeto de recurso perante a Câmara Criminal do Tribunal Superior de Bogotá, que avaliará a medida e poderá emitir uma decisão final sobre o caso.
Envolvimento em subornos e fraude
A história que resultou no pedido de prisão do ex-presidente começou em 2012, quando o senador Iván Cepeda colheu depoimento de paramilitares do departamento de Antioquia, onde Uribe começou a carreira política, que acusavam o ex-mandatário de promover as atividades do grupo.
Na época, Uribe acusou Cepeda de estar fabricando testemunhos contra ele, e de ter pago os paramilitares para que fizessem as acusações.
No entanto, o juiz responsável pelo caso não só arquivou a denúncia contra Cepeda como abriu uma investigação contra o direitista, que passou a responder por tentar mudar os depoimentos dos paramilitares e por manipular os mesmos para que dissessem que Cepeda estava fabricando as acusações.
Em 2019, Uribe depôs na Suprema Corte de Justiça Colombiana e passou a cumprir prisão domiciliar em 2020, no entanto a ordem foi suspensa dois meses depois.
(*) Com Telesur