O governo venezuelano colocará três mil militares nas ruas de Caracas a partir desta segunda-feira (13/05), como um projeto piloto do Plano Pátria Segura, cujo objetivo é o combate à criminalidade no país. Segundo anunciado pelo presidente Nicolás Maduro no último sábado (11), a atuação da FANB (Força Armada Nacional Bolivariana) se estenderá por outros Estados nas próximas semanas.
Agência Efe (07/05)
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anuncia primeiras medidas do plano contra a criminalidade
“Preparamos três mil homens e mulheres que vão atuar em um plano especial, de grande alcance”, disse Maduro.Segundo ele, os postos de atendimento aos cidadãos estarão distribuídos em seis pontos da capital e da região metropolitana. Os militares, segundo ele, estarão agrupados em Caracas e em três municípios no Estado de Miranda, governado pelo ex-candidato opositor Henrique Capriles: Libertador, Sucre e Baruta – esses dois últimos considerados os mais violentos do país.
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Ao todo, 500 pontos de atenção ao cidadão serão instalados nas áreas de ação militar, que deve durar alguns meses, até que a Unes (Universidade Nacional da Segurança) forme nove mil policiais nacionais e 1,6 mil oficiais da GNB (Guarda Nacional Bolivariana), segundo a agência oficial do país. De acordo com Maduro, a ideia é “ir construindo um sistema de proteção em todas as cidades da Venezuela”.
“O plano da FANB sai às ruas para proteger o povo”, explicou o presidente, complementando que a iniciativa é uma “união cívico-militar para uma pátria segura”, que deve ser implementada “progressivamente” em todo o país. As capitais dos Estados de Lara, Carabobo e Zulia devem receber efetivos militares na semana que vem. “Vamos ter um país seguro”, garantiu, afirmando que não se pode pensar em uma sociedade socialista sem atuar sobre as causas da violência.
De acordo com relatório divulgado pelo PNUD (Programa da ONU para o Desenvolvimento) neste ano, a Venezuela é um dos três países do mundo com menor percepção de segurança.
Em março, o então ministro de Interior e Justiça, Nértor Reverol, afirmou que, em Miranda, são cometidos 13% dos crimes registrados no país e o maior número de mortos por assassinato.
Ao mencionar uma marcha pela segurança convocada por Capriles antes das eleições, Reverol ressaltou que dos 3400 homicídios registrados nos três primeiros meses do ano, mais de 500 correspondem ao Estado governado pelo opositor.