Neste domingo (05/06), às 8h locais (10h em Brasília), foram abertas as mesas de votação do segundo turno das eleições presidenciais no Peru. Estima-se que cerca de 23 milhões de eleitores escolham entre Keiko Fujimori, da Frente Popular, e Pedro Pablo Kuczynski, de Peruanos pela Mudança (PPK), para substituir Ollanta Humala na liderança do governo do país sul-americano até 2021.
A votação, que acontece em mais de 77 mil mesas eleitorais, dentro e fora do país, vai até as 16h (18h em Brasília) de hoje. O voto é obrigatório no país, e somam-se aos eleitores em território peruano mais de 884 mil cidadãos residentes no exterior, que depositarão seu voto em representações diplomáticas do Peru em outros países.
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Agência Efe
Campanha por Keiko Fujimori e Pedro Pablo Kuczynski: os dois candidatos defendem medidas neoliberais
O chefe do Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE), Mariano Cucho, afirmou que os primeiros resultados oficiais serão divulgados cinco horas depois do fechamento das urnas, às 21h (23h em Brasília), para ter a maior quantidade de cédulas processadas.
O processo será supervisado por mais de 400 integrantes de missões de observação eleitoral, entre elas a da União Europeia (UE) e a da Organização dos Estados Americanos (OEA). Estas organizações fizeram um trabalho semelhante nas eleições gerais de 10 de abril, quando Keiko obteve 39,8% dos votos, seguida por Kuczynski, com 21%.
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Na segunda-feira (30/05), Verónika Mendoza, líder da coalizão peruana de esquerda Frente Ampla, declarou seu voto em Pedro Pablo Kuczynski no segundo turno para “barrar o fujimorismo”. Com 18,7% dos votos, ela foi a terceira colocada no primeiro turno do pleito.
“Não estamos dando nenhum respaldo ou aval ao senhor Kuczynski, o que queremos fazer é barrar o caminho do fujimorismo”, disse Verónika, que acrescentou que votos em branco ou nulos irão favorecer a candidata da Força Popular.
Apesar da vantagem indicada em pesquisas de intenção de voto desde o começo do processo eleitoral, a vitória de Keiko é dada por incerta por analistas políticos, especialmente pelo aumento de mobilizações contra a candidata. Keiko enfrenta forte resistência de movimentos sociais, que dizem que sua eleição resultaria em um retrocesso e um retorno ao fujimorismo.
Na sexta-feira (03/06), último dia de campanha eleitoral no Peru, os dois candidatos à Presidência deram declarações à imprensa sobre suas propostas e contra o respectivo rival. “Os experimentos do Peru com a autocracia e a ditadura não foram bons. Estes governos terminaram mal”, disse Kuczynski em alusão ao regime de Alberto Fujimori (1990-2000), pai de Keiko e em cujo governo a atual candidata esteve envolvida. Fujimori encontra-se hoje na prisão, condenado por corrupção e violação de direitos humanos. Keiko, por sua vez, afirmou que com ela “a democracia no Peru não está em risco”.
*Com Agência Efe