O principal médico especialista de ebola em Serra Leoa, Sheik Umar Khan, morreu nesta terça-feira (29/07) após ser infectado com o vírus. Este é o segundo caso em que um funcionário de saúde morre por conta do pior surto da doença na história do continente africano.
Efe
Equipes médicas na Libéria trabalham para tentar conter epidemia
Infectado no início do mês, Khan estava alojado em um campo de quarentena da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras, no nordeste do país. Citada pela Al Jazeera, a ministra da saúde de Serra Leoa chamou o especialista – que tratou mais de 100 pacientes – de “herói nacional” e elogiou seu “tremendo sacrifício” em trabalhar para salvar a vida de outros.
“É uma grande e irreparável perda para Serra Leoa, já que ele era o único especialista do país em febres hemorrágicas virais”, disse à Reuters o médico-chefe, Brima Kargbo.
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A morte de Sheik Umar Khan vem dias após Samuel Brisbane, médico veterano no maior hospital da Libéria, ter morrido no sábado (26/07). Uma série de membros de equipes de saúde foi infectada com ebola nas últimas semanas, como o médico norte-americano Kent Brantly.
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o vírus já infectou pelo menos 1.093 na África Ocidental. Neste surto, morreram pelo menos 319 pessoas na Guinea, 224 em Serra Leoa e 219 na Libéria e uma na Nigéria.
Amandine Colin/MSF
Enfermeira dá analgésico para paciente de 12 anos que está em ala de isolamento na Guiné
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No domingo (27/07), o presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, ordenou o fechamento de quase todas as fronteiras do país para conter o surto de ebola. Além de fechar temporariamente as portas de entrada, Sirleaf também restringiu eventos públicos e colocou em quarentena comunidades inteiras afetadas pelo vírus.
No dia anterior, a Nigéria já havia decretado estado de alerta nos portos e nas fronteiras, após o primeiro caso fatal de ebola ser confirmado em Lagos, cidade mais populosa do país e segunda maior do continente africano. Hoje pela manhã, o governo nigeriano também decidiu suspender voos da companhia aérea ASKY, na qual viajou a vítima da doença.
Mariane Roccelo/ Opera Mundi
O vírus do ebola não tem cura ou vacina, tendo como tarefa médica primordial o alívio do sofrimento. Entre os sintomas, destacam-se febres altas, dores violentas, náuseas, vômitos e hemorragias. No entanto, as chances de sobrevivência dos pacientes aumentam se eles receberem cuidados adequados, incluindo hidratação constante e tratamento para infecções secundárias.
Entre as principais vias de propagação, está o contato direto com o sangue, cos fluidos ou cos tecidos dos indivíduos infectados. Nesse sentido, para evitar que haja contaminação, os familiares são impedidos de tocar os corpos dos falecidos.