Terça-feira, 17 de junho de 2025
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Durante a madrugada desta terça-feira (03/10), centenas de guatemaltecos mantiveram as jornadas de manifestação, exigindo respeito à democracia e a renúncia das autoridades que tentaram intervir no processo eleitoral – o qual elegeu Bernardo A´révalo como presidente.

Segundo a agência de notícias TeleSUR, os manifestantes de Ixcán, em Quiché, anunciaram que passariam a noite na ponte Chixoy, que divide os departamentos de Quiché e Alta Verapaz.

Com manifestações em outros 30 pontos em todo o país centro-americano, a greve iniciada nesta segunda-feira (02/10) não tem tempo determinado para seu fim. 

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Por meio das redes sociais, o presidente eleito afirmou que gostaria de participar das manifestações que ocorrem em frente ao Ministério Público do país.

“Apoiamos as mobilizações de hoje e instamos a população a continuar a manifestar a sua rejeição ao golpe. Continuaremos a levantar as nossas vozes”, declarou Arévalo.

O presidente eleito ainda afirmou que, junto com sua vice Karin Herrera, reuniu-se com os magistrados do Tribunal Superior Eleitoral da Guatemala, que têm “sofrido agressão ilegal por parte do Ministério Público”. “Precisamos acabar com as tentativas de golpe”, declarou. 

Em comunicado oficial nesta segunda, o TSE reconheceu que as tentativas do MP guatemalteco são de “criminalização do processo eleitoral e dos cidadãos que interviram” pelos políticos da população e pelo fortalecimento democrático. 

Assim, o TSE também realiza uma campanha contra desinformação que tem perturbado o processo de transição de poder presidencial. 

Apreensão de urnas e atas eleitorais

As manifestações contra um possível golpe na Guatemala acontecem após o Ministério Público ter apreendido, no último sábado (30/09) as urnas e atas eleitorais que documentavam os turnos eleitorais realizados, em 25 de junho e 20 de agosto

Greves em todo o território nacional começaram nesta segunda-feira (02/10) a favor da posse do presidente eleito Bernardo A´revalo, e não têm data para serem encerradas

Twitter/Bernardo Arévalo de León

Manifestações contra ataques do Ministério Público à posse de Arévalo acontece em 30 pontos na Guatemala

Os documentos indicam a vitória do candidato presidencial do Movimento Semilla, Bernardo Arévalo, que tem sofrido diversas tentativas de impedimento para sua posse, em 14 de janeiro. 

A situação do sequestro das urnas e atas fez com que Arévalo interrompesse sua viagem ao México para um reunião com o presidente Andrés Manuel López Obrador. 

No entanto, Arévalo viajou aos Estados Unidos na noite de segunda para retomar a viagem de trabalho programada.

Apoio internacional

Continuando sua agenda diplomática, em viagem aos EUA, A´révalo reuniu´-se com o secretário de Estado Anthony Blinken, que sublinhou seu apoio “a uma transição pacífica de poder e a rejeição daqueles que minam a democracia”. 

Blinken também declarou-se “ansioso” para trabalhar com a administração de A´révalo “para promover a prosperidade, a estabilidade e a democracia nas Américas”.

Diante da situação, o governo brasileiro por meio do Ministério das Relações Exteriores, publicou uma nota, também nesta segunda, reiterando sua preocupação com as “tentativas de questionar o processo eleitoral já concluído, com a eleição internacionalmente reconhecida de Bernardo Arévalo”. 

Segundo o governo do Brasil, o processo tem sofrido “sucessivas perturbações que têm comprometido o normal andamento do processo de transição de poder na Guatemala”.

“O Brasil entende que o respeito às prerrogativas e imunidades das autoridades eleitorais, o cumprimento de suas deliberações e a inviolabilidade da documentação sob sua guarda são garantias indispensáveis ao exercício da democracia representativa”, declarou o documento. 

O governo ainda exortou as autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário da Guatemala, em compromisso com a Organização dos Estados Americanos (OEA), a cumprirem a vontade popular e garantir a posse de A´révalo.

(*) Com TeleSUR