Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (09/04), o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador voltou a comentou sobre a invasão da Embaixada do seu país em Quito, por parte da Polícia Nacional equatoriana, ocorrida no último sábado (06/04) e que resultou na captura do ex-vice-presidente do país sul-americano, Jorge Glas.
No princípio, a coletiva tinha como objetivo apresentar novas imagens da ação dos policiais equatorianos dentro da sede diplomática mexicana, com cenas que mostram como alguns funcionários foram agredidos e ameaçados por fuzis. As fotos e vídeos apresentados foram registrados pelos trabalhadores da Embaixada.
“Hoje, vamos mostrar imagens tomadas dentro da nossa Embaixada, e que revelam a forma autoritária e vil com a qual atuaram (os policiais) durante o assalto”, anunciou.
Andrés Manuel López Obrador muestra durante su mañanera nuevas imágenes del asalto a la Embajada de México en Ecuador pic.twitter.com/sqfQGJsYDS
— RT Play en Español (@RTPvideos) April 9, 2024
Após a exibição dos vídeos, Obrador fez uma declaração que soou como uma alusão a que a decisão política de invadir a Embaixada do México em Quito foi tomada graças ao apoio de outros países.
“Atos desse tipo são violações flagrantes à Convenção de Viena. Um país só toma a decisão de levar a cabo ações desse tipo quando se sente respaldado por outros governos, ou por outras potências”, ressaltou o mandatário mexicano.
OEA, CIJ e CELAC
A crise diplomática entre México e Equador está sendo discutida também na Organização dos Estados Americanos (OEA). O presidente do país sul-americano, Daniel Noboa, acionou a entidade com uma denúncia pela qual considera que o governo de Obrador teria “extrapolado o direito internacional” ao conceder asilo político a Jorge Glas.
O presidente mexicano rebateu essa crítica na coletiva desta terça, afirmando que seu país possui, “uma longa tradição de apoio a pessoas perseguidas politicamente”.
“Não somos iguais (Equador e México). Nós não somos autoritários, não somos fascistas, não pensamos que os problemas se resolvem com o uso da força, somos pacifistas”, acrescentou o líder do país norte-americano.
Vale lembrar que o México apresentou, no domingo passado (07/04), uma denúncia contra o Equador na Corte Interamericana de Justiça (CIJ), por violação da sua sede diplomática. Na mesma jornada, o governo do país norte-americano confirmou a decisão de romper relações com Quito.
Outra entidade que abordará o tema é a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), cuja presidente pró tempore, a mandatária hondurenha Xiomara Castro, convocou uma reunião emergencial de presidentes para discutir o caso. O evento será realizado na próxima sexta-feira (12/04), por videoconferência.