A atriz Bruna Mascarenhas falou no programa SUB40 desta quinta-feira (25/08) sobre os dilemas que sua personagem vive na série Sintonia.
Na série, Rita, que é interpretada por Mascarenhas, forma um trio de amigos com Doni, que luta para ascender como artista no mercado do funk paulista, e Nando, que trabalha no tráfico de drogas. Na terceira temporada, que estreou neste ano, a personagem da atriz tenta se encontrar como candidata a vereadora e na igreja evangélica.
“O grande dilema de Rita é manter o discurso do coração e ao mesmo tempo defender a bandeira da religião. Tem coisas que batem de frente, ela se vê dentro da igreja com um discurso que não é o dela”, disse.
Para ela, as transformação que viveu a partir das manifestações de 2013 ajudaram a construir a personagem Rita, que a fez se transferir de Niterói para São Paulo, para interpretar a jovem nascida na periferia paulistana que frequenta bailes funk, vende e fuma maconha e ao longo da trama se converte à igreja evangélica.
A quarta temporada está confirmada, mas ainda sem data definida para estrear.
Gravada em 2018, a primeira temporada da série foi criada e dirigida por Konrad Dantas, mais conhecido como KondZilla, empresário e produtor ligado ao funk paulista, cujo canal é o mais popular do YouTube brasileiro.
“Eu amo funk carioca, demais. O funk paulista é um pouco diferente, mas já me acostumei e adoro também”, sintoniza-se a atriz, que não é evangélica, mas cujo irmão jogador de futebol se converteu à igreja em meio ao desenvolvimento de Sintonia.
Arquivo pessoal/Reprodução
Bruna Mascarenhas é atriz protagonista na série Sintonia
As gravações da segunda temporada, que durariam dois meses, estenderam-se por sete meses, na fase mais aguda da pandemia.
Outro projetos
Enquanto aguarda a quarta temporada de Sintonia, ela grava uma nova série, a policial Cenas de um Crime, que será exibida pela Paramount+, em data ainda indefinida. “Tem um roteiro incrível, se passa em 36 horas dentro de uma casa”, antecipa, sem poder fornecer mais detalhes.
No hiato do início da pandemia, Mascarenhas estreou a websérie tragicômica Neurose, em que interpreta Rose, ou NeuRose. “Recebi muitas mensagens de adolescentes que estavam em depressão, com crises de ansiedade ou muito mal. Fui em busca de lugares gratuitos para as pessoas fazerem terapia. Calhou de a gente falar de saúde mental num momento em que as pessoas estavam muito fragilizadas, eu também fiquei fragilizada”, afirma.
A websérie, além de ajudar a atriz a enfrentar a pandemia, foi útil também para atravessar o governo Bolsonaro, ao lado de Sintonia. “Em quatro anos desse governo, e principalmente depois da pandemia, está cada vez mais difícil fazer. Se não tivesse streamings não teria produções rolando agora”, constata Bruna Mascarenhas.