Quinta-feira, 10 de julho de 2025
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Alexander Stubb, presidente da Finlândia, país recentemente aderido à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), criticou a “retórica belicosa antirrússia” dos Estados-membros da aliança em relação à Rússia, sugerindo que se concentrem antes na preparação de seus exércitos para um conflito direto. 

“A Europa deveria falar menos e se preparar mais contra a ameaça russa”, declarou o mandatário em entrevista divulgada na quinta-feira (11/04) no jornal britânico Financial Times.

Ele pediu aos países europeus que se tornem “mais finlandeses”. “Em outras palavras, mais preparados. Precisamos nos preparar para o pior a fim de evitá-lo”, acrescentou o presidente.

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Entre as medidas que Stubb sugeriu que outros países europeus deveriam considerar, está o alistamento militar obrigatório, como na Finlândia. Ele também pediu aos países da OTAN que apoiem a Ucrânia “o tempo que for necessário” e que seu país esvaziaria seus “próprios depósitos” de armas e munição para apoiar Kiev, e só depois os reabasteceria.

“Acho que devemos nos preparar para isso, mas acho que é altamente improvável”, reconheceu Stubb. 

Alexander Stubb/Twitter
Presidente da Finlândia, Alexander Stubb, e secretário Geral da OTAN, Jens Stoltenberg

Declarações de líderes de países-membros da OTAN sobre envio de soldados para a Ucrânia e confronto direto com a Rússia vêm sendo realizadas desde que o presidente francês, Emmanuel Macron, mencionou o possível envio de tropas da aliança para Kiev. 

As próprias autoridades dos países da aliança rejeitaram a posição, como declarou o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani: “A Itália nunca enviará soldados para a Ucrânia. O Ocidente não ajuda a Ucrânia para fazer a guerra, mas sim para garantir a paz”

Por sua vez, o Kremlin já considera que as relações entre a Rússia e a OTAN estão em situação de “enfrentamento direto” em decorrência da guerra na Ucrânia.

Segundo o porta-voz, Dmitry Peskov, o envolvimento dos países membros da aliança não está mais em “constante crescimento” porque “já estão envolvidos no conflito” com seu “movimento e infraestrutura militar em direção às fronteiras russas”.

(*) Com Ansa e Sputnik