Alexander Stubb, presidente da Finlândia, país recentemente aderido à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), criticou a “retórica belicosa antirrússia” dos Estados-membros da aliança em relação à Rússia, sugerindo que se concentrem antes na preparação de seus exércitos para um conflito direto.
“A Europa deveria falar menos e se preparar mais contra a ameaça russa”, declarou o mandatário em entrevista divulgada na quinta-feira (11/04) no jornal britânico Financial Times.
Ele pediu aos países europeus que se tornem “mais finlandeses”. “Em outras palavras, mais preparados. Precisamos nos preparar para o pior a fim de evitá-lo”, acrescentou o presidente.
Entre as medidas que Stubb sugeriu que outros países europeus deveriam considerar, está o alistamento militar obrigatório, como na Finlândia. Ele também pediu aos países da OTAN que apoiem a Ucrânia “o tempo que for necessário” e que seu país esvaziaria seus “próprios depósitos” de armas e munição para apoiar Kiev, e só depois os reabasteceria.
“Acho que devemos nos preparar para isso, mas acho que é altamente improvável”, reconheceu Stubb.
Declarações de líderes de países-membros da OTAN sobre envio de soldados para a Ucrânia e confronto direto com a Rússia vêm sendo realizadas desde que o presidente francês, Emmanuel Macron, mencionou o possível envio de tropas da aliança para Kiev.
As próprias autoridades dos países da aliança rejeitaram a posição, como declarou o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani: “A Itália nunca enviará soldados para a Ucrânia. O Ocidente não ajuda a Ucrânia para fazer a guerra, mas sim para garantir a paz”.
Por sua vez, o Kremlin já considera que as relações entre a Rússia e a OTAN estão em situação de “enfrentamento direto” em decorrência da guerra na Ucrânia.
Segundo o porta-voz, Dmitry Peskov, o envolvimento dos países membros da aliança não está mais em “constante crescimento” porque “já estão envolvidos no conflito” com seu “movimento e infraestrutura militar em direção às fronteiras russas”.
(*) Com Ansa e Sputnik