A recente onda de violência que explodiu no Equador nesta semana foi marcada, entre outros fatos, pelas recentes fugas dos líderes de duas das maiores organizações criminosas do país: José Adolfo Macías (codinome “Fito”), líder do grupo “Los Choneros”, e Fabricio “Colón Pico”, chefe da facção “Los Lobos”.
Para parte da imprensa local, os atentados urbanos registrados em diversas regiões do país teriam sido uma “cortina de fumaça” para que estes e outros chefes de quadrilhas pudessem escapar da prisão.
É o que defende uma reportagem publicada nesta quarta-feira (10/01) pelo diário La Hora, que destaca essa teoria apontando o momento em que aconteceram as duas fugas, já que “Fito” escapou na segunda-feira (08/01), durante a disseminação de motins por diversos presídios do Equador e a dificuldade do Estado em contornar as diferentes crises, enquanto “Colón Pico” se aproveitou do cenário de terça-feira (09/01) com a onda de violência se espalhando por grandes cidades como Quito, Guaiaquil e Cuenca.
“Confluíram dois acontecimentos que originaram ataques, ameaças, sequestros e motins prisionais à escala nacional”, disse o periódico.
Ambas as gangues são inimigas e conectadas com diferentes cartéis mexicanos: “'Los Choneros’ são aliados do cartel de Sinaloa. E ‘Los Lobos’ ligados ao grupo Jalisco Nova Geração”, descreve a matéria do diário equatoriano.
Reprodução/ @PoliciaEcuador
Escalada de violência no Equador já deixou mais de 10 pessoas mortas desde segunda-feira (08/01)
A reportagem detalha que “enquanto as autoridades se mobilizavam para enfrentar os atos criminosos”, ‘Colón Pico’ escapou da prisão de Riobamba, província de Chimborazo, onde se encontrava em prisão preventiva pelo crime de sequestro, além de ser considerado um “criminoso de alta periculosidade, devido às ameaças que fez à procuradora-geral do Estado, Diana Salazar”.
O jornal equatoriano afirma que as ameaças à procuradora Salazar ocorreram logo após as investigações do Ministério Público indicarem ter encontrado indícios de supostas ligações das fações com juízes, promotores e policiais.
O caso é conhecido no Equador como “Operação Metástase” e, também, segundo o diário La Hora, Salazar estaria prestes a anunciar o lançamento da “Operação Metástase 2”, na qual seriam indiciados pessoas do mundo político e empresarial ligadas ao tráfico de drogas.
Além disso, a procuradoria equatoriana alega ter elementos que ligam uma das facções mencionadas, “Los Lobos”, com o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio, ocorrida em agosto passado, poucos dias antes do primeiro turno das eleições realizadas no Equador.