A Polícia Nacional do Haiti anunciou a prisão de supostos assassinos do presidente Jovenel Moïse, na noite desta quarta-feira (07/07). Pelo menos duas pessoas foram presas, e outras quatro foram assassinadas, disse o diretor geral da instituição Léon Charles durante coletiva de imprensa na Televisão Nacional do Haiti (TNH).
“A polícia continua perseguindo esses mercenários no local da operação. Nós os bloqueamos nas estradas que levam ao local do crime”, disse Léon, afirmando que a polícia travou uma “batalha” contra os supostos assassinos, sendo que quatro deles foram mortos e dois foram presos.
Ainda durante a entrevista, ele declarou que “recuperamos três policiais que haviam sido feito de reféns”. “Enquanto falo com vocês os policiais estão engajados na batalha com esses assaltantes, que serão presos ou mortos”, afirmou.
O vice-ministro das Comunicações, Frantz Exantus, já havia informado no Twitter que a intercepção da Polícia Nacional na região de Pelerin ocorreu “pouco depois das 18h” (19h de Brasília).
Pradel Henriquez, ministro da Comunicação, pediu para que a população recorde “que existe um estado de sítio instaurado esta manhã, medida que o governo tem tomado em relação a uma situação de grande perigo”.
Ele afirmou ainda que os assassinos do presidente são homens armados que “desembarcaram em um território que não é deles, não são haitianos”, ainda que tivesse haitianos entre eles, disse.
“Eram estrangeiros que falavam inglês e espanhol que entraram na casa de um presidente eleito, e ele nada fez para merecer esse destino”, concluiu.
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Polícia Nacional declarou que operação de busca pode se estender até que todos os "agressores" forem "derrotados"
Assassinato do presidente do Haiti
O presidente do Haiti, Jovenel Moïse, foi assassinado dentro da própria casa na madrugada desta quarta-feira (07/07). A informação foi transmitida pelo premiê interino do país, Claude Joseph, e confirmada por agências de notícias.
O ataque, por volta da 1h local (2h em Brasília), foi feito por um grupo ainda não identificado, mas alguns dos envolvidos estariam falando em espanhol. A primeira-dama, Martine Marie Etienne Joseph, também foi baleada. Inicialmente, a informação era de que Martine havia morrido, mas a imprensa haitiana disse que ela está viva e sendo levada para fora do país para tratamento.
Ainda na quarta-feira (07/07), o premiê interino do Haiti, Claude Joseph, decretou estado de sítio no país, suspendendo garantias constitucionais.
“Como chefe de Governo ainda no cargo, convoquei nesta manhã uma reunião especial do Conselho Superior da Polícia Nacional. Acabei de comandar também uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, onde decidimos declarar estado de sítio em todo o país”, afirmou Joseph.
A declaração de estado sítio permite, segundo a lei haitiana, ao Exército substituir a polícia na segurança pública, restringir liberdades como a de movimento, a de reunião e de expressão, além de impor censura à imprensa.