O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, destituiu nesta segunda-feira (27/09) o Conselho Eleitoral Provisório (CEP) do país e a nomeação de novos membros. Com a decisão, as eleições presidenciais e legislativas previstas foram adiadas por tempo indeterminado.
As eleições foram marcadas após o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em julho deste ano. Em 11 de setembro, Henry chegou a um acordo para governar por um período provisório, modificar a Carta Magna haitiana por meio de uma assembleia constituinte e realizar eleições “o mais rápido possível”.
O pleito estava previsto para acontecer no dia 7 de novembro com possível segundo turno em janeiro de 2022 e já haviam sido adiadas para final do ano que vem após um acordo entre governo e diversos partidos de oposição para adiar as eleições e manter o governo interino de Henry até 2023. Até essa data, as partes acordaram manter um “governo de unidade nacional”, formado por um Conselho de Ministros, liderado pelo atual premiê.
Decisão de destituir o conselho ocorre quase duas semanas depois do premiê anunciar a demissão do procurador-geral Bel-Ford Claude, quando o funcionário pedir que a Justiça haitiana abrisse uma investigação contra Henry por suposto vínculo com o assassinato de Moïse.
Em carta enviada à Justiça, Claude afirma que o premiê haitiano conversou com Joseph Badio, ex-funcionário do Ministério da Justiça e um dos principais suspeitos de assassinar o mandatário, duas vezes na noite em que Moïse foi morto. “Existem elementos comprometedores suficientes para processar Henry e pedir sua acusação direta”, escreveu Claude.
Moïse foi morto em um ataque de homens armados em sua residência particular na capital, Porto Príncipe.
Reprodução/ @DrArielHenry
Henry chegou a um acordo para governar por um período provisório até 2023