O premiê interino do Haiti, Claude Joseph, anunciou nesta segunda-feira (19/07) que deixará o posto. Sua saída do cargo havia sido anunciada inicialmente pelo presidente do Haiti, Jovenal Moïse, que havia nomeado Ariel Henry como novo primeiro-ministro. Com o assassinato de Moïse, Joseph assumiu o poder de forma interina.
“Todos que me conhecem sabem que não estou interessado nesta batalha ou em qualquer tipo de tomada de poder”, disse Joseph em entrevista ao jornal norte-americano The Washington Post. “O presidente era um amigo meu. Estou apenas interessado em ver justiça para ele”, declarou, afirmando que está renunciando para honrar o “último desejo do presidente”.
Joseph é investigado por suposto envolvimento de Moïse, acontecido em 7 de julho.
Henry, um médico de 71 anos que havia sido indicado para o cargo no dia 5 de julho, deverá tomar posse como novo primeiro-ministro nesta terça-feira (20/07). Joseph informou que ele e Henry se reuniram ao longo da última semana e decidiram efetuar a troca “pelo bem da nação” nesse momento difícil.
Segundo a agência de notícias France Presse, Joseph passará a ocupar o cargo de ministro das Relações Exteriores. No dia 10 de julho, também ao Washington Post, Henry descreveu Joseph como seu “ministro das Relações Exteriores”.
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Claude Joseph, ex-premiê e atual premiê interino, deve deixar o cargo nesta terça
Até o momento da publicação desta matéria, o Haiti não havia emitido nenhum comunicado em relação à troca de premiês.
Investigação sobre morte do presidente do Haiti
A investigação em torno da morte de Moïse ainda não chegou a uma conclusão. Até o momento, sabe-se que um grupo de colombianos acusado de participar do assassinato recebeu treinamento militar nos Estados Unidos, de acordo com informações do Pentágono.
Outra hipótese levantada pelo general Jorge Vargas, chefe da polícia da Colômbia, é que um ex-oficial do Ministério da Justiça do Haiti, Joseph Félix Badio, poderia ser o mandante do assassinato do presidente haitiano. Segundo ele, a empresa de segurança privada CTU Security, sediada em Miami, na Flórida, teria contratado paramilitares colombianos e comprado, com o cartão de crédito corporativo, 19 passagens aéreas de Bogotá a Santo Domingo .
Ainda de acordo com o general Vargas, os mercenários colombianos detidos afirmaram que foram contratados para capturar o presidente e entregá-lo à agência de combate às drogas dos Estados Unidos (DEA). A ideia era “planejar a prisão do presidente e colocá-lo à disposição – e isso é o que eles dizem – da DEA”, declarou o policial.