O mundo da leitura no Brasil, após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva busca, com auxílio de órgãos governamentais do governo, fazer valer o lema “menos armas e mais livros, menos clubes de tiro e mais bibliotecas”. Nesse sentido e dentro desta iniciativa, está o esforço de destacar recursos orçamentários para programa de tradução de obras de autores brasileiros, bem como a participação estratégica de autores em feiras literárias internacionais.
O secretário de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura, Fabiano Piúba, destacou à Agência Brasil a agenda da secretaria para retomar a promoção da literatura brasileira no exterior, trazendo possíveis medidas que serão adotadas.
Entre as possíveis medidas, está a expectativa de aumentar recursos orçamentários para o programa de tradução de obras de autores brasileiros, coordenado pela Fundação Biblioteca Nacional. Desta forma, a pasta espera repercutir nossa criação literária em línguas diversas.
O Programa de Apoio à Tradução e Publicação de Autores Brasileiros no Exterior, realizado por meio de um edital, apoia editoras internacionais que tenham interesse em publicar obras de autores brasileiros. Desde a sua criação, em 1991, 1098 bolsas foram concedidas a editoras de mais de 55 países.
Clarice Lispector, por exemplo, ocupa o topo do ranking de autores mais publicados no exterior por meio dos editais da Fundação Biblioteca Nacional, tendo 52 bolsas concedidas, seguida por Machado de Assis (47), Jorge Amado (26), Rubem Fonseca (23) e Alberto Mussa (18).
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Pasta espera repercutir criação literária brasileira em línguas diversas
Além disso, também deve voltar a ocorrer a participação estratégica de autores em feiras literárias internacionais, como a Feira de Guadalajara e a Feira de Frankfurt, que realizam rodadas de negócios para compra e venda de direitos autorais.
A Fundação Biblioteca Nacional investiu na elaboração de uma agenda de inserção do Brasil em eventos literários de renome até o ano de 2020: como foi o caso na Feira do Livro de Frankfurt, em 1994 e 2013; Feira do Livro de Bogotá em 2012; Feira do Livro de Bolonha, em 2014; Feira Internacional do Livro de Gotemburgo, em 2014; Salão do Livro de Paris, em 2015; Feira do Livro de Londres, em 2016; Feira do Livro de Nova York, em 2017; entre outros.
“As editoras brasileiras ainda vão muito mais comprar direitos do que vendê-los e a gente quer fazer uma via de mão dupla”, afirmou Piúba sobre a presença nos eventos, em entrevista cedida à Agência Brasil.
Piúba também relembrou da postura de Lula em relação à leitura durante as eleições presidenciais de 2022: “o próprio presidente Lula, no processo de campanha, trouxe muito essa pauta quando falava menos armas e mais livros, menos clubes de tiro e mais bibliotecas. Eu creio que essa política ganha um relevo desde o fato de estar numa secretaria como também em uma agenda social e política do governo federal”.
Reduzida a uma diretoria dentro da Secretaria de Economia Criativa durante o governo de Jair Bolsonaro, a pasta recupera agora um grau institucional maior, de acordo com a visão de Piúba.