O Júri Nacional Eleitoral (JNE) do Peru entregou na tarde desta sexta-feira (23/07) a credencial presidencial a Pedro Castillo após sua vitória no segundo turno das eleições no país.
Candidato do Peru Livre foi oficialmente proclamado presidente peruano na segunda-feira (19/07) após todos os recursos apresentados por sua adversária, a ultradireitista Keiko Fujimori, terem sido rejeitados pelo JNE. Castillo venceu o segundo turno do pleito presidencial com 50,13% dos votos, contra 49,87% da filha do ex-ditador Alberto Fujimori.
Na cerimônia, o sindicalista declarou que não guarda “nenhum sentimento ou indiferença” em relação à apuração dos votos e dos recursos apresentados. Segundo o novo presidente, desde o início da votação, a “voz do povo, a voz rural e do mundo inteiro” devem ser reconhecidas.
“Chamo a todos para sermos um Peru mais humano e mais comprometido. Estou aqui para cumprir esse papel muito importante e muito comprometedor, respeitando a institucionalidade e a Constituição”, disse.
Castillo agradeceu ao povo peruano pela “confiança” em sua campanha e também ao JNE pelo “trabalho que enfrentou durante os obstáculos” do segundo turno eleitoral, no qual, agora, os “resultados foram vistos de forma limpa” graças à Justiça eleitoral.
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Candidato do Peru Livre foi oficialmente proclamado presidente peruano nesta segunda-feira (19/07)
Assim como Castillo, a vice-presidente eleita, Dina Boluarte, também recebeu a credencial nesta setxa-feira.
Por sua vez, o presidente do júri, Luis Sala Arenas, rechaçou quaisquer discursos sobre possíveis fraudes no sistema eleitoral peruano, afirmando que as organizações internacionais e “imparciais” que observaram o pleito “certificaram” que não houveram tais erros.
“Lamentavelmente foi instalado em um setor da cidadania um discurso difundido coordenada e eficientemente do medo e de fraude. Com ele, foi prejudicada a institucionalidade do país”, declarou.
As supostas fraudes foram usadas por Keiko ao ver que o atual presidente eleito a ultrapassava na apuração do segundo turno. Entretanto, tais suspeitas foram rejeitadas desde o primeiro momento por observadores internacionais.
Na reta final, Fujimori começou a empreender esforços para apresentar recursos jurídicos que pretendiam, sob alegações de fraude, anular mais de 200 mil votos, em regiões que majoritariamente haviam votado por Castillo.