Os eleitores franceses vão às urnas neste domingo (24/04) para decidirem se dão mais cinco anos de mandato para o direitista Emmanuel Macron ou se o substituem pela extremista de direita Marine Le Pen no Palácio do Eliseu. Segundo pesquisas, o atual presidente é favorito para ser reeleito.
As urnas ficam abertas até as 19h (14h no Brasil) na maior parte das regiões da França e até as 20h (15h em Brasília) nas grandes cidades, como Paris e Marselha. Especialistas apontam para uma possível repetição da abstenção registrada no primeiro turno, de por volta de ¼ do eleitorado.
No primeiro turno, Macron recebeu 27,84% dos votos válidos, contra 23,15% de Le Pen e 21,95% do terceiro colocado, o esquerdista Jean-Luc Mélenchon. Os resultados completos, segmentados por candidato e região, você encontra aqui.
O resultado do primeiro turno deixou de fora da segunda volta partidos outrora grandes, colocando-os abaixo de candidatos nanicos. Valérie Pécresse, do Republicanos (partido dos ex-presidentes Nicolas Sarkozy e Jacques Chirac, morto em 2019), ficou em quinto lugar, atrás do ultradireitista e xenófobo Éric Zemmour. Em 2017, François Fillon, disputando pelo mesmo partido, terminou em 3º lugar, com 20%.
Por sua vez, Anne Hidalgo, prefeita de Paris e então candidata pelo Partido Socialista, obteve o pior resultado na história da agremiação: menos de 2% dos votos e a 10ª colocação. Ela superou o recorde negativo de Benoît Hammon em 2017, que havia ficado em 5º lugar, com 6,36%.
Flickr/ Lorie Shaull
Le Pen e Macron disputam o segundo turno da eleição presidencial na França, em 24/04
O que os franceses querem?
A reportagem de Opera Mundi ouviu eleitores franceses durante o domingo de votação do primeiro turno.
A ativista Maud quer mostrar a Macron, “um homem de direita que quer criar uma política liberal que nao está interessada nos pobres e no bem estar social; que existe um movimento de esquerda” em Paris. Ela espera por uma mudança social, na questão do clima e no tratamento aos ricos. “Os ricos devem tirar suas mãos do clima e do bem estar social”. Maud citou a posição de Macron sobre a guerra, dizendo que “ele só está interessado no liberalismo, e não nas pessoas”.
Já a imigrante Gina veio de um dos países da África há mais de 15 anos, e o custo de vida em Paris é sua maior perturbação. Acompanhada das amigas, que são italiana e espanhola, disse que deixou Paris pois o custo de vida na cidade está acima da capacidade de consumo de seus habitantes. “O salário não é o problema nesse momento, mas os preços, sim” disse.
(*) Com reportagem de Fernanda Otero, em Paris