Representantes do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN) reagiram às acusações de desvio de dinheiro público europeu pela candidata à eleição presidencial na França Marine Le Pen. As denúncias foram feitas pelo site Mediapart a apenas sete dias do segundo turno.
Marine Le Pen e políticos próximos à candidata são acusados pelo Escritório Europeu de Luta Antifraude (Olaf) de ter desviado mais de € 600 mil (mais de R$ 3 milhões) das contas da União Europeia ao longo de seu mandato de eurodeputada. As informações são de um relatório entregue à Justiça francesa e revelado no sábado (16/04) por Mediapart (em francês).
Membros do RN classificaram as acusações de “montagem grosseira” e acusaram a União Europeia de tentativa de ingerência na campanha para a eleição.
“É o escritório contra o qual fizemos duas queixas” e haverá “obviamente uma terceira queixa”, disse neste domingo o presidente do RN, Jordan Bardella, ao canal de TV francês Cnews.
“Os franceses não se deixarão enganar pelas tentativas da União Europeia e das instituições europeias” para “interferir na campanha presidencial e prejudicar Marine Le Pen”, afirmou.
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Marine Le Pen é acusada de desviar dinheiro público quando era eurodeputada
“O país onde o poder tenta criminalizar os opositores através de montagens grosseiras se chama ditadura”, reagiu no Twitter Philippe Olivier, conselheiro especial da candidata.
Não é o primeiro caso
O relatório do Olaf, publicado pelo site, se refere a gastos dos grupos políticos europeus que Marine Le Pen e próximos teriam usado para fins de política nacional, despesas pessoais ou prestações em benefício de empresas ligadas a seu partido e ao grupo parlamentar de extrema direita Europa das Nações e Liberdades (ENL).
O Olaf acusa a candidata, além de três ex-deputados europeus: o pai de Marine, Jean-Marie Le Pen, seu ex-companheiro, Louis Aliot, e Bruno Gollnishc, membro do escritório nacional do RN.
De acordo com o documento, a candidata teria desviado pessoalmente aproximadamente € 137 mil (quase R$ 700 mil) de dinheiro público da sede do Parlamento europeu de Estrasburgo, na França, entre 2004 e 2017.
Essa não é a primeira vez que Marine Le Pen se envolve em casos de corrupção. Desde junho de 2017, ela é investigada por suspeita de empregos fantasmas no Parlamento europeu e por “desvio de fundos públicos” e “cumplicidade” neste delito.