O candidato da esquerda nas eleições presidenciais da França, Jean-Luc Mélenchon (França Insubmissa) – que não passou para o segundo turno por 1,2 ponto percentual – disse neste domingo (24/04) que, com a reeleição de Emmanuel Macron (A República em Marcha), inicia-se o “terceiro turno das eleições” já que, em junho, os franceses voltam às urnas para escolher novos parlamentares.
“O 'terceiro turno' começou e é essencial que as forças unidas da esquerda – a nova União Popular – consiga a maioria na Assembleia Nacional”, disse. Caso isso ocorra, o próprio Mélenchon pode acabar virando primeiro-ministro.
O esquerdista comemorou a derrota de Marine Le Pen (Reagrupamento Nacional). “Ela foi vencida. A França claramente se recusou a confiar seu futuro nela, e isso é uma boa notícia para a unidade do nosso povo”, afirmou.
Ao mesmo tempo, Mélenchon lembrou que Macron obteve um resultado pouco largo frente à opositora. “Emmanuel Macron se tornou o presidente com a pior eleição da Quinta República. A vitória dele flutua em um oceano de abstenções e votos nulos”, disse.
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Mélenchon: ‘terceiro turno começa hoje’
Coabitação
Os políticos franceses miram, agora, as eleições legislativas de 12 e 19 de julho, que vão renovar a Assembleia Nacional. A ideia é fazer a maior bancada possível e conseguir influir na escolha do primeiro-ministro do país, que precisa ter apoio do Parlamento para conseguir montar gabinete.
O objetivo de Mélenchon – assim como o de Le Pen – e é eventualmente conseguir maioria e obrigar Macron a nomear um premiê alinhado a eles, no que ´é conhecido na França como ‘coabitação’.
Isso já aconteceu pelo menos três vezes na França. Na última, após dissolver o Parlamento antes do previsto, o então presidente Jacques Chirac viu a oposição, liderada pelo Partido Socialista, vencer as eleições legislativas e foi obrigado a indicar Lionel Jospin como premiê em 1997.