Sexta-feira, 4 de julho de 2025
APOIE
Menu

O Banco Central da República da Argentina (BCRA) anunciou na noite deste domingo (27/10) uma restrição na compra de dólares mensais. O anúncio vem logo após a vitória da chapa peronista formada por Alberto Fernández e Cristina Kichner no primeiro turno das eleições presidenciais do país.

Segundo o BCRA, o limite de compra da moeda note-americana para pessoas físicas será de U$200 mensais. O limite anterior para o mesmo perfil de consumidor era de U$10 mil por mês, estipulado no dia 1º de setembro.

Em comunicado, o órgão afirmou que “diante do grau de incerteza atual, o diretório do BCRA decidiu tomar neste domingo uma série de medidas que buscam preservar as reservas do Banco Central. As medidas são temporárias até dezembro de 2019”.

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

FORTALEÇA O JORNALISMO INDEPENDENTE: ASSINE OPERA MUNDI


Ainda está prevista uma coletiva de imprensa do presidente do BCRA nesta segunda-feira (28/10) às 08h30 para detalhar as decisões tomadas pelo órgão após as eleições.

Anúncio vem logo após a vitória de Alberto Fernández no primeiro turno das eleições presidenciais do país

Reprodução

Segundo o BCRA, o limite de compra da moeda note-americana para pessoas físicas será de U$200 mensais

Derrota de Macri e crise econômica

A vitória da chapa Fernández-Cristina representa o retorno dos peronistas ao poder e o fim do governo neoliberal de Mauricio Macri, mandatário que, desde 2015, protagonizou um mandato marcado por profunda crise social e econômica.

Desde o início do governo macrista, 3,25 milhões de pessoas saíram da classe média para a classe baixa, mais de 9.000 pessoas por dia, o que representa seis novos pobres por minuto. O número de argentinos que estão abaixo da linha da pobreza também aumentou sob o comando de Macri, passando de 4,9% em 2015 para 7,7% em 2019. 

Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina (Indec), o número de pobres na Argentina alcançou 35,4% da população, o maior número em 10 anos, e deve chegar a 39% até o final de 2019 após anos de desvalorização do peso durante a gestão Macri.


ELEIÇÕES NA ARGENTINA: COBERTURA COMPLETA


Após a vitória da chapa oposicionista nas eleições primárias realizadas em agosto, os mercados “se vingaram” de Mauricio Macri e o dólar no país disparou, chegando a subir mais de 33% um dia depois da votação. Dias depois, o governo de Macri, que chegou a culpar a vitória de Fernández pela crise, declarou moratória.

A inflação continuou a subir e atingiu o índice mais alto do ano neste mês de setembro. Segundo dados do Indec, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) acumulou uma alta de 37,7% desde o início de 2019. Já em 12 meses, o aumento foi de 53,5%.

O IPC de setembro já configura também em um dos mais altos índices da gestão Macri, ficando atrás apenas das cifras de setembro de 2018, que chegou em 6,5%, e abril de 2016, quando a inflação fechou em 6,7%. De acordo com o jornal Clarín, a inflação anual pode fechar entre 55% e 57%, cifra recorde nos últimos trinta anos.