A seleção brasileira enfrenta, nesta segunda-feira (28/11), no Stadium 974, seu segundo adversário na Copa do Mundo de 2022, no Catar: a Suíça, que venceu Camarões em um jogo disputado na última quinta-feira (24/11).
Indo além de estereótipos que envolvem chocolates, montanhas, relógios, e instituições financeiras, o que se sabe, afinal, sobre o país alpino?
Conheça sete aspectos importantes sobre a Suíça, para entender com quem o Brasil dará de cara na segunda rodada do mundial.
1. Território e População
Levando o nome oficial de “Confederação Suíça”, a Suíça está localizada na Europa Central, não possuindo costa marítima, e fazendo fronteira com outros cinco países: França, Alemanha, Itália, Áustria e Liechtenstein.
Seu território, somando uma área de 41.285 km², é composto pelo Planalto Suíço, os Alpes e o Jura – uma cadeia de montanhas de 1.720 metros de altitude, que está, principalmente, ao longo da fronteira franco-suíça.
O país possui quase nove milhões de habitantes, que moram, em sua maior parte, no Planalto, onde estão localizadas as cidades suíças mais populosas: Zurique, Genebra, Berna, a capital administrativa, e Lausana, a capital judicial.
A Suíça foi classificada, em 2021, como o país com o segundo maior produto interno bruto per capita em valores nominais pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), no valor de 83.716 dólares por habitante. O valor é determinado a partir de bens e serviços finais produzidos dentro da nação no ano.
Em comparação, o Brasil pontuou como 63º na lista, com o valor de 11.075 dólares por habitante.
Dentro de outro índice, o de Paridade do Poder de Compra per capita, também feito pelo FMI, desta vez de 2022, a Suíça ficou em quinto lugar, com 82.166 dólares internacionais per capita. Para este cálculo, o valor de todos os bens e serviços produzidos no país foi dividido pela população média.
Nesta lista, o Brasil ficou em 65º, com o valor 22.754 dólares internacionais por habitante.
2. Diferenças culturais
A Suíça, diferentemente de outras nações europeias, não possui um histórico de identidade comum em termos linguísticos e étnicos. O país é constituído por quatro regiões linguísticas e culturais diferentes: a alemã, francesa, italiana e romanche.
O alemão é a língua mais utilizada no país, sendo falada por 62,3% dos habitantes. Ele é seguido pelo francês, que corresponde a 22,8%; pelo italiano, falado por 8,0% da população, e pelo romanche, um conjunto de dialetos suíços que combinam as três línguas, que atualmente possui apenas 0,5% de falantes. Os dados são do ano de 2020, e foram coletados pelo Escritório Federal de Estatísticas da Suíça.
Dentro do mesmo país há, portanto, cantões (membros federativos do Estado Federal suíço, sendo 26 no total), no qual o alemão é mais falado e outros dominados pelo francês. Há também a Suíça Italiana.
3. Moeda suíça
O franco suíço é a moeda oficial do país, e está em circulação desde 1850. Até então, havia cerca de 860 moedas regionais ou cantonais em circulação.
O valor inicial da moeda estava em paridade com o franco francês, que foi substituída pela França após a adoção do euro em 2002.
Ao lado do euro e do dólar, o franco suíço é considerado uma moeda com longa vida, por ter grande estabilidade.
4. Paraíso fiscal
Indo além de chocolates e relógios, outro fator que cumpre um papel importante para a fama da Suíça é o sistema bancário do país, que durante muitas décadas foi classificado como o “mais sigiloso do mundo”.
O sigilo bancário suíço faz com que informações sobre os clientes não possam ser divulgadas, até mesmo para fins judiciais, o que beneficia não apenas empresas que querem evitar impostos, mas também pessoas físicas, que podem ter obtido renda por meio de práticas criminosas (como lavagem de dinheiro e fraudes fiscais).
Domínio Público
Ilustração suíça datada da Primeira Guerra Mundial
A Suíça têm debatido seu sigilo bancário diversas vezes após a crise econômica de 2008, principalmente sobre pressão da comunidade internacional, para que crimes fiscais envolvendo capitais depositados no país, mas provenientes da Alemanha, dos Estados Unidos e da França pudessem ser investigados.
Em 2019, no entanto, o país foi retirado da lista de paraísos fiscais da União Europeia, após um referendo que aprovou uma reforma em impostos para empresas, que eliminou o tratamento preferencial para multinacionais
5. Histórico de neutralidade
Apesar de estar localizada no centro do continente europeu, rodeada de potências, como a Alemanha e a França, a Suíça conseguiu passar por duas guerras mundiais sem ser ocupada ou invadida.
O país famosamente não faz parte de um conflito internacional desde 1815, ano em que um congresso em Viena estabeleceu a independência da Suíça do governo francês e passou a reconhecer a neutralidade oficialmente.
Anos mais tarde, em 1846, houve na Suíça a primeira Convenção de Genebra, onde foi criada a Cruz Vermelha, e foi garantida a proteção a hospitais e ambulâncias durante conflitos.
A neutralidade suíça, no entanto, foi contestada quando soube-se da negociação de ouro confiscado de judeus pela Alemanha nazista e a recusa de refugiados que estavam fugindo da perseguição de Adolf Hitler, de acordo com a emissora britânica BBC.
6. Sistema Político da Suíça
A Suíça é um estado federativo democrático parlamentar que usa um sistema único de democracia direta. Os suíços votam, com frequência (trimestralmente), em referendos cantonais e federais. Todos os cidadãos suíços, a partir dos 18 anos de idade, têm o direito ao voto.
A Suíça possui uma Assembleia Federal bicameral: com isso, o Parlamento possui duas câmaras: o Conselho Nacional dos Representantes do Povo (200 deputados) e a Câmara dos Representantes dos Cantões (46 deputados).
A Assembleia Federal também elege o Conselho Federal: o chefe coletivo de Estado composto de sete membros, atualmente: Ignazio Cassis, do partido Liberal, presidente em 2022; Alain Berset, do partido Social-Democrata, vice-presidente em 2022; Ueli Maurer, do Partido Popular; Simonetta Sommaruga, do partido Social-Democrata; Guy Parmelin, do Partido Popular; Viola Amherd, do partido Democratas-Cristãos; e Karin Keller-Sutter, do partido Liberal.
7. Suíços memoráveis
Jean-Jacques Rousseau, filósofo autor de Do Contrato Social, influência do pensamento iluminista europeu, cujos princípios foram utilizados durante a Revolução Francesa (1789-1799) nasceu em 28 de junho de 1712, em Genebra.
Jean-Henri Dunant, que co-fundou a Cruz Vermelha Internacional, em 1863, e foi um dos primeiros vencedores do Nobel da Paz, em 1901, ao lado de Frédéric Passy, nasceu em 8 de maio de 1828, também em Genebra.
Carl Gustav Jung, psiquiatra fundador da psicologia analítica, responsável por conceitos psicológicos, como o inconsciente coletivo, os arquétipos, e as personalidades extrovertida e introvertida, nasceu em 26 de julho de 1875, em Kesswil, parte do cantão de Zurique.
Charles-Edouard Jeanneret-Gris, conhecido por seu pseudônimo Le Corbusier, arquiteto criador da Unité d’Habitation (Unidade de Habitação) – parte do projeto de reconstrução do governo francês após a Segunda Guerra Mundial, onde moradores compartilham uma vida comunitária, nasceu em 6 de outubro de 1887, em La Chaux-de-Fonds, parte do cantão de Neuchâtel.
Sophie Taeuber-Arp, nome dentro da arte abstrata do início do século XX, pioneira dentro do dadaísmo, do construtivismo e do neoplasticismo, nasceu em 19 de janeiro de 1889, em Davos.