O governo do Irã alertou nesta quinta-feira (18/04) para possível revisão da “política nuclear” nacional caso suas instalações bélicas continuarem sendo ameaçadas por Israel e pelas nações ocidentais, à medida que as tensões entre os dois países do Oriente Médio aumentam.
“As ameaças do regime sionista contra as instalações nucleares do Irã nos permitem rever nossa política nuclear e, também, desviar-nos das nossas considerações anteriores”, disse Ahmad Haq Talab, comandante da Guarda Revolucionária iraniana responsável pela segurança nuclear nacional.
As declarações do funcionário foram publicadas pela agência de notícias semioficial Tasnim, afiliada ao órgão militar mais poderoso do Irã.
A posição é dada no momento em que Teerã é ameaçada para um ataque “claro e rigoroso” de Israel, enquanto também é alvo de sanções internacionais por ter lançado uma contraofensiva a Tel Aviv no fim de semana, como resposta ao bombardeio israelense que destruiu sua sede diplomática na Síria e matou mais de dez pessoas.
Estados Unidos e o Reino Unido, aliados do governo de Israel, já anunciaram novos bloqueios ao país, tendo como objetivo impactar o “programa de mísseis e drones, entidades que apoiam o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica e o Ministério da Defesa iraniano”, como explicou o conselheiro norte-americano de Segurança Nacional, Jake Sullivan, na quarta-feira (17/04).
“Se o regime sionista quiser agir contra nossos centros e instalações nucleares, certamente e categoricamente retribuiremos com mísseis avançados contra suas próprias instalações nucleares”, acrescentou Haq Talab.
Em 2021, o Ministério de Inteligência iraniano já havia afirmado que uma possível pressão ocidental poderia levar Teerã a recorrer ao uso de armas nucleares.
As negociações indiretas entre Teerã e Washington para o pacto nuclear iraniano de 2015 estão paradas há dois anos. Trata-se de um acordo que consiste em impedir o Irã no desenvolvimento de seu programa nuclear, incluindo a redução das centrífugas de urânio – material capaz de produzir combustível para reatores e bombas nucleares – em troca do fim das sanções impostas pela Organização das Nações Unidas (ONU), da União Europeia e dos Estados Unidos.