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Hoje na História

Hoje na História: 1954 – Perseguido por ser homossexual, Alan Turing comete suicídio

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Lógico e criptoanalista britânico, Turing ajudou a criar o computador moderno e decifrar códigos nazistas; a maçã que usou para se matar inspirou a Apple de Steve Jobs

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2022-06-07T15:00:00.000Z

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Alan Mathison Turing, matemático, lógico, criptoanalista e cientista da computação britânico, se suicida em Londres em 7 de junho de 1954. Influente no desenvolvimento da ciência da computação e na formalização do conceito de algoritmo e computação com a máquina de Turing, desempenhou um papel importante na criação do computador moderno. Pioneiro na inteligência artificial, tirou a própria vida aos 41 anos de idade, após sofrer com a repressão e a exposição pública pelo fato de ser homossexual assumido, numa época em que esse comportamento era criminalizado no Reino Unido.

Diplomado pelas universidades de Manchester, Cambridge e Princeton, Turing é considerado como o “Einstein das Matemáticas”. Admite-se hoje que também foi fundamental na decifração do código Enigma empregado pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Este gênio foi igualmente um excêntrico introvertido, corredor de fundo e admirador da Branca de Neve e os Sete Anões.

Por ser homossexual, foi condenado em 1952 por "ultraje aos bons costumes" após ter denunciado um amante que lhe havia roubado. Submete-se à castração química — uma forma temporária de castração ocasionada por medicamentos hormonais para reduzir a libido — durante um ano para escapar da prisão. Destroçado, malgrado seu retorna à cátedra universitária de Cambridge, se suicida em 7 de junho de 1954, ao morder, como a Branca de Neve, uma maça envenenada de cianureto. Diz a lenda que se tratava de uma maçã da variedade Macintosh. Foi para render-lhe homenagem que Steve Jobs fez da maçã arco-íris o logotipo de sua empresa Apple.


Em 10 de setembro de 2009, após uma campanha pela internet, o primeiro-ministro Gordon Brown apresentou publicamente um pedido oficial de desculpas pelo tratamento preconceituoso e desumano que lhe foi dispensado após a guerra. Em 24 de dezembro de 2013, Turing recebeu o perdão da rainha Elizabeth II.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Turing trabalhou para a inteligência britânica. Planejou uma série de técnicas para quebrar os códigos alemães, incluindo o método da bomba eletromecânica, máquina que poderia encontrar definições para a Enigma, o código nazista.

Após a guerra, trabalhou no Laboratório Nacional de Física do Reino Unido, onde criou um dos primeiros projetos para um computador com um programa armazenado, o ACE. Turing também se interessou pela Química, escrevendo sobre a base química da morfogênese.

Turing nasceu em Londres, no dia 23 de junho de 1912. Na juventude, dedicava-se a teoremas que podiam ser comprovados e à Teoria da Computabilidade. Sua preocupação depois de formado era o que se poderia fazer por meio da computação. As respostas iniciais vieram sob a forma teórica.

Aos 24 anos, consagrou-se com a projeção de uma máquina que podia fazer operações computacionais. Mostrou como um simples sistema automático poderia manipular símbolos de um sistema de regras próprias. A máquina teórica de Turing indicou que sistemas poderosos poderiam ser construídos.

Tornou possível o processamento de símbolos, ligando a abstração de sistemas cognitivos à realidade concreta dos números, buscado até hoje por pesquisadores de sistemas com Inteligência Artificial. Para comprovar a inteligência artificial de um computador,  desenvolveu um teste que consistia em não poder diferenciar se as respostas a perguntas elaboradas pelo operador eram vindas de um computador. Caso afirmativo, o computador poderia ser considerado como dotado de inteligência artificial. A ideia de computabilidade começou a ser delineada ali.

Em 1943, sob sua liderança foi projetado o Colossus, computador utilizado na guerra. Usava símbolos perfurados em fitas de papel, processando a uma velocidade de 25 mil caracteres por segundo. O Colossus tinha a missão de quebrar códigos alemães ultrassecretos produzidos por um tipo de máquina de codificação chamada Enigma. Turing foi depois aos Estados Unidos para um projeto de transmissão de dados transatlânticos de forma segura.

Wikimedia Commons
Alan Mathison Turing, matemático, lógico, criptoanalista e cientista da computação britânico, em 1930

No início dos anos 1950 foi menosprezado em público como homossexual, impedido de acompanhar estudos sobre computadores, julgado por "vícios impróprios" e condenado a terapias à base de estrogênio, um hormônio feminino que, de fato, equivalia a castração química e que teve o humilhante efeito secundário de lhe fazer crescer os seios. Turgin aceitou o tratamento como punição alternativa ao encarceramento.

Em 8 de junho de 1954, um criado de Turing encontrou-o morto em sua residência. Um exame post mortem estabeleceu que a causa da morte foi envenenamento por cianureto. Quando seu corpo foi descoberto, uma maçã estava meio comida ao lado de sua cama. Embora a maçã não tenha sido testada quanto ao cianureto, especulou-se que este fora o meio pelo qual uma dose fatal foi ingerida. Um inquérito determinou que ele tinha cometido suicídio. Foi cremado em 12 de junho de 1954.

A mãe de Turing argumentou com veemência que a ingestão fora acidental, causada pelo armazenamento descuidado de seu filho de produtos químicos de laboratório. O biógrafo Andrew Hodges sugere que Turing pode ter se matado deliberadamente de forma bastante ambígua para dar à sua mãe alguma negação plausível. Outros sugerem que Turing estava vivendo uma cena do filme Branca de Neve, de 1937, seu conto de fadas favorito, salientando que ele tinha "um prazer especialmente mordaz na cena em que a bruxa malvada mergulha a maçã na poção venenosa."

Também nesta data:

1494 - Tratado de Tordesilhas é assinado
1883 - É inaugurado o Expresso do Oriente
1929 - Assinatura do Tratado de Latrão cria o Estado do Vaticano
1937 - Morre Jean Harlow, pioneira no uso do sex appeal em Hollywood

(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.

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Guerra na Ucrânia

União Europeia terá plano emergencial de fornecimento de gás em julho

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Representante anunciou nesta quarta-feira (06/07) que a União Europeia terá plano emergencial para lidar com problemas no fornecimento de gás dentro de duas semanas

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-07-06T14:45:00.000Z

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Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, anunciou nesta quarta-feira (06/07) que a União Europeia terá um plano emergencial para lidar com problemas no fornecimento de gás russo dentro de duas semanas.

"É importante ter uma abordagem coordenada baseada em dois pontos: verificar onde há mais necessidade de gás e como fazer com que esse gás vá para essas áreas. Estamos preparando esse plano porque não queremos que, em caso de emergência, haja 27 diferentes intervenções em nível nacional, como aconteceu no início da covid", pontuou a líder do Executivo ao Parlamento Europeu.

Von der Leyen afirmou que é preferível que cada Estado-membro da União Europeia tenha seu próprio plano interno, "mas se reduzirmos a demanda de energia em alguns setores da economia, isso deve ocorrer sem obstáculos no mercado interno".

A presidente da comissão ainda acrescentou que "o gás e o petróleo devem ser distribuídos onde houver mais necessidade", e alertou que os países-membros devem estar "preparados" para novos cortes no fornecimento dos combustíveis fósseis russos, como vem ocorrendo nas últimas semanas por conta das sanções contra a o país, devido a guerra na Ucrânia.

"Precisamos nos preparar para novas interrupções do fornecimento de gás, até mesmo uma interrupção completa do fornecimento por parte da Rússia. Hoje, ao todo, 12 Estados-membros são diretamente afetados por reduções parciais ou totais no fornecimento de gás. É evidente que [Vladimir] Putin está usando a energia como arma. Por isso, a Comissão está elaborando o plano de emergência europeu", disse Von der Leyen.

Flickr
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, se manifestou sobre o possível corte do fornecimento de gás russo para a Europa

A presidente da comissão também apontou que todas os países europeus já estão "diversificando as fontes" de fornecimento de energia, usando outros parceiros e "se afastando da Rússia":

"Desde março, as exportações globais de GNL para a Europa aumentaram 75% em relação a 2021. Ao mesmo tempo, a importação média mensal de gás russo teve uma forte queda de 33% na comparação com o ano passado. E estamos fazendo mais progressos, mas isso tudo funcionará só se acelerarmos a nossa transição para os renováveis. As mudanças climáticas não vão esperar o fim da guerra de Putin", acrescentou a presidente da Comissão Europeia.

A representante ainda negou especulações de que, por conta do conflito e de questões de segurança, seria necessário "atrasar a transição verde" para focar na segurança do bloco:

"É exatamente o contrário. Se não fizermos nada além de limitar combustíveis fósseis, os preços vão explodir no futuro e vão reforçar Putin. A melhor saída, mais limpa e mais segura da nossa dependência são as energias renováveis", disse.

(*) Com Ansa.

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