Em Paris, é obrigatório ir à Torre Eiffel. Em Londres, o visitante não pode perder o Big Bem. Em Nova York, todos sobem no Empire State Building. Mas, em Dublin, a coisa mais típica que se pode fazer é pedir um “pint” (cerca de 568 ml, ou pouco mais de meio litro) de cerveja Guinness em um pub local, onde o turista vai saborear a bebida enquanto os moradores locais ficam observando à espera de sua reação.
Milhões de bebedores de todo o mundo fizeram precisamente isso em 24 de setembro de 2009, às 17h59 (hora local): ergueram um brinde a Arthur Guinness para homenagear o primeiro “pint” da cerveja Guinness, que, na época, ele havia fermentado há 250 anos.
Os eventos para a comemoração em 2009 incluíam um show no St. James`s Gate, onde fica a cervejaria original, com a presença de Tom Jones, Sugababes e The Black Eyed Peas e concertos em diversas cidades do globo, como Nova York, Lagos (Nigéria) e Kuala Lumpur (Malásia).
Eventos que Arthur Guinness jamais teria imaginado, mesmo em seus sonhos mais delirantes, quando, em 31 de dezembro de 1759, assinou um contrato de arrendamento pela cervejaria decadente de Dublin, desde que não tivesse de desembolsar dinheiro para comprá-la. O preço: 45 libras por ano durante 9 mil anos – a maior barganha imobiliária desde que o explorador holandês Peter Minuit adquiriu Manhattan por meros 24 dólares.
Paola Orlovas
Um brinde à memória de Arthur Guinness! Saúde! Ou, como dizem os irlandeses, Slainté
Como essa data estava próxima das comemorações do Ano Novo, e levando em consideração que o aniversário de Arthur Guinness (em 6 de março) era perto demais do Dia de São Patrício (Saint Patrick, santo padroeiro da Irlanda), decidiu-se celebrar o lançamento da cerveja Guinness em setembro. Não é uma comemoração pequena, quando se leva em conta que dois bilhões de “pints” da cerveja são vendidos todos os anos em mais de 150 países diferentes.
Quando for pedir o seu, não se esqueça de fazê-lo adiantado porque o “pint perfeito” é o produto de uma “tirada dupla” em demorados 119,53 segundos e servido a 6 graus.
Lembre-se: “coisas boas premiam os que sabem esperar”, como diz a companhia em sua publicidade. Só então você poderá desfrutar do emblemático sabor de queimado, que deriva do uso de cevada torrada, e admirar sua cor escura característica e o espesso colarinho cremoso que resulta de a cerveja ser misturada com nitrogênio ao ser tirada.
Um brinde à memória de Arthur Guinness! Saúde! Ou, como dizem os irlandeses, Slainté.
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.