No dia 2 de agosto de 1882, os ingleses desembarcam em Alexandria, grande porto egípcio sobre o Mar Mediterrâneo, acabam com a hegemonia da França sobre o vale do Nilo e dão início a um protetorado de quatro décadas.
Egito se considerava então parte do Império Otomano, mas o khédive, ou vice-rei, que lá governava em nome do sultão era de fato independente. Os franceses, presentes no país desde o desembarque das tropas de Napoleão Bonaparte em 1798, prestavam-lhe assistência nos campos militar, econômico e cultural.
Contudo, a abertura do Canal de Suez em 1869 levou a Inglaterra a prestar muito mais atenção aos negócios egípcios. Londres estava, com efeito, preocupada com a segurança do tráfego marítimo através do canal, pois esse trânsito era vital para as ligações com sua colônia nas Índias.
Com manifestações populares sendo levadas a cabo em Alexandria e no vale do Nilo, a Inglaterra opta pela repressão. Desse modo, o Reino Unido coloca o governo do khédive do Egito sob sua proteção e todo o real poder passa para as mãos do cônsul-geral nomeado pela rainha Vitória.
A França fica definitivamente excluída. O canal cavado e construído por Ferdinand de Lesseps não tarda a lhe escapar também. Paris, no entanto, obtém uma compensação com o reconhecimento de seu protetorado sobre a Tunísia. O cônsul-geral britânico, lord Cromer, torna-se o verdadeiro chefe do país. Remodela o exército e desenvolve também a irrigação e a cultura do algodão.
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Ilustração do bombardeio de Alexandria pela Frota do Mediterrâneo Britânico, em julho de 1882
Durante a Primeira Guerra Mundial, caem as máscaras: o Egito rompe oficialmente com o Império Otomano e se transforma num sultanato sob protetorado britânico. Mas esta situação não perduraria. A partir de 28 de fevereiro de 1922, a Grã Bretanha prefere renunciar a seu protetorado sob pressão do movimento independista.
O sultão Fuad I se proclama, diante de uma multidão, rei do Egito – título mais prestigioso que o de sultão. Os britânicos conservam, todavia, uma grande influência sobre os negócios do país até a derrubada de Faruk I, seu filho e sucessor, em 23 de julho de 1952, pelos jovens oficiais progressistas, entre os quais militava Gamal Abdel Nasser.
Também nesse dia:
216 a.C. – General cartaginês Aníbal derrota o Exército Romano
1934 – Morre Paul von Hindenburg, presidente da República de Weimar
1934 – Adolf Hitler se torna o führer da Alemanha
1990 – O Iraque invade o Kuwait, acendendo o estopim para a Guerra do Golfo
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(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.