Heinrich Rudolph Hertz demonstrou em 15 de março de 1888 que a eletricidade pode ser gerada pelas ondas eletromagnéticas movendo-se à velocidade da luz. O físico alemão se baseou na teoria do eletromagnetismo e nos trabalhos experimentais realizados pelo também físico e matemático escocês James Clerk Maxwell, um ano antes.
As pesquisas de Hertz permitiram aperfeiçoar o sistema telegráfico sem fio utilizado pelo rádio. Hertz, kilohertz, megahertz, tornaram-se palavras que ouvimos quase todos os dias, por exemplo, na especificação da frequência em que transmite nossa emissora de rádio preferida.
O cientista que deu origem à medida e à onda hertziana – um Hertz corresponde a uma oscilação por segundo – determinou a velocidade da propagação das ondas e contribuiu decisivamente para o desenvolvimento das técnicas de radiotransmissão.
Trajetória
Hertz nasceu a 22 de fevereiro de 1857, em Hamburgo, no norte alemão, e faleceu em Bonn a 1º de janeiro de 1894, com apenas 36 anos de idade, em consequência de uma infecção no maxilar. Desde menino, o gênio já realizava suas experiências. Aos 15 anos, inventou aparelhos complicados no porão de casa. Em cinco anos, cursou três universidades em cidades diferentes e se graduou em apenas seis semanas.
Aos 28 anos, já era professor universitário em Berlim, quando conseguiu provar a existência das ondas elétricas, fenômeno muito controvertido entre os cientistas da época. Em 1887, Hertz maravilhou o mundo científico com uma série de experiências sobre a teoria eletromagnética do escocês James Maxwell. Este havia demonstrado que a ação eletromagnética viaja pelo espaço em ondas transversais, semelhantes às da luz e com a mesma velocidade.
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Hertz se baseou em trabalhos experimentais realizados por James Clerk Maxwell um ano antes
Hertz provou que existe uma estreita analogia entre as ondas eletromagnéticas e as luminosas. Ambas se propagam a 300 mil quilômetros por segundo. Além disso, se refletem, se refratam e sofrem os mesmos fenômenos de interferência e difração, podendo ainda ser polarizadas. Estas observações foram fundamentais para o desenvolvimento do telégrafo e, mais tarde, do rádio e da televisão.
Perpetuação
Em 1896, dois anos depois da morte do físico alemão, Alexander Popov transmitiu o nome Heinrich Hertz, por telégrafo, a uma distância de 250 metros, perto de São Petersburgo. Em pouco tempo, as distâncias percorridas pelas mensagens foram ficando maiores.
O italiano Guglielmi Marconi fez uma transmissão através do Canal da Mancha em 1899. Em 1901, enviou uma mensagem através do Atlântico, entre o condado de Cornwall e a Terra Nova, provando aos matemáticos que a curvatura da Terra não seria empecilho para a telegrafia sem fio. Na Alemanha, a primeira transmissão radiofônica aconteceu em 1923.
Sete anos mais tarde, Albert Einstein ressaltou da seguinte maneira a importância do rádio: “A nova técnica é um meio para garantir a real democracia. Ela não só facilita o cotidiano das pessoas, como também desperta a sociedade de sua letargia. O novo veículo possibilita a todos o acesso a obras de pensadores e artistas desconhecidos, cuja apreciação até há pouco ainda era privilégio de classes abastadas.”
Em 1933, Hitler aproveitou-se do novo meio de comunicação para difundir o racismo no país, obrigando a esposa e as duas filhas de Hertz, de família judaica, a deixarem a Alemanha.
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*Com informações de Johannes Duchrow da Deutsche Welle