Partindo da França em 1096 atendendo à conclamação do papa Urbano II, os cruzados comandados por Godefroi de Bouillon e pelo conde de Toulouse entram em Jerusalém em 14 de julho de 1099.
Durante esta Primeira Cruzada, os cavaleiros cristãos da Europa capturaram Jerusalém após sete semanas de cerco. Todos os defensores da cidade, muçulmanos ou judeus, são massacrados. A tomada da Cidade Santa provocou a morte de cerca de 100 mil pessoas.
Nascia o reinado latino de Jerusalém e Godefroi de Bouillon assume a administração da cidade com o título de procurador do Santo Sepulcro.
Os cristãos em Jerusalém vinham sendo crescentemente perseguidos, a partir do século XI, pelos governantes islâmicos, especialmente quando o controle da Cidade Santa passou dos relativamente tolerantes egípcios aos turcos seljuk em 1071.
No fim do século, o imperador bizantino Alexius Comenus, também ameaçado pelos turcos, apelou ao Ocidente por ajuda. Em 1095, o papa Urbano II pediu que fosse organizada uma Cruzada a fim de ajudar os cristãos orientais a retomar as terras sagradas. A resposta dos europeus ocidentais foi imediata.
Os primeiros cruzados eram na verdade hordas indisciplinadas de camponeses franceses e germânicos que tiveram pouco sucesso. Um grupo, conhecido como “Cruzada do Povo” chegou a Constantinopla antes de ser aniquilado pelos turcos.
Em 1096, a principal força cruzada, constituída de cerca de 4 mil cavaleiros montados e 25 mil infantes, começou a mover-se para leste. Comandado por Raymond de Toulouse, Godfrey de Bouillon, Robert de Flandres e Bohemond de Otranto, o exército de cavaleiros cristãos cruzou a Ásia Menor em 1097.
Em junho, capturaram a cidade fortificada turca de Niceia e em seguida derrotaram um numeroso exército de turcos seljuks em Dorilaeum. Desta localidade marcharam para Antióquia, situada às margens do rio Orontes, debaixo do Monte Silpius.
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Tomada da Cidade Santa provocou a morte de cerca de 100 mil pessoas
Deram início a um difícil sítio de seis meses durante o qual repeliram diversos ataques de tropas turcas que vieram em socorro. Finalmente na manhã de 3 de junho de 1098, Bohemond persuadiu um traidor turco a abrir os portões da Ponte de Antioquia e os cavaleiros puderam penetrar na cidade.
Num verdadeiro banho de sangue, os cristãos massacraram milhares de soldados inimigos e cidadãos comuns e a cidadela fortificada da cidade quase foi tomada. Mais tarde no mesmo mês, um grande exército turco chegou para tentar reconquistá-la, porém foram derrotados e a cidadela capitulou definitivamente diante dos europeus.
Após a reorganização das tropas e descanso de seis meses, os cruzados dirigiram-se para o seu objetivo final, Jerusalém. O contingente já se havia reduzido para 1200 cavaleiros e 12 mil infantes.
Em 7 de junho, as tropas cristãs atingiram a Cidade Santa e encontrando-a bastante fortificada, trataram de construir três altas torres nas aforas a fim de apoiar a invasão. Na noite de 13 de julho, as torres estavam concluídas e os cristãos começaram a investida contra os muros de Jerusalém.
Em 14 de julho, os homens de Godfrey foram os primeiros a penetrar nas defesas e a Porta de Santo Estevão foi aberta. O restante dos cavaleiros e soldados penetrou, a cidade foi capturada e dezenas de milhares de seus habitantes, selvagemente massacrados.
Os cruzados atingiram a meta e Jerusalém estava em suas mãos. Poucas semanas depois, um exército egípcio marchou sobre a Cidade Santa para desafiá-los. A derrota, em agosto, dos egípcios para os cristãos, superiores em número, pôs fim à resistência muçulmana. Cinco pequenos Estados foram criados na região sob o governo dos líderes da Cruzada.