Louis Jacques Mandé Daguerre demonstra o daguerreótipo diante da Academia de Ciências em Paris em 19 de agosto de 1839. Este primeiro processo fotográfico é resultado dos trabalhos de Nicéphore Niépce e Daguerre. Eles produziram uma imagem sem negativo sobre uma superfície em prata, polida como um espelho, exposta diretamente à luz. A partir de 1850, o daguerreótipo seria substituído pelo processo negativo/positivo sobre papel, o que permitia reproduzir a imagem. Niépce morreu na miséria seis anos antes da demonstração de Daguerre, a quem estava associado.
O daguerreótipo não era o primeiro processo fotográfico, porém, as imagens dos processos anteriores desapareciam rapidamente uma vez expostas à luz. O processo fotográfico do daguerreótipo é portanto um dos primeiros a registrar e fixar uma imagem de modo permanente e foi o pioneiro a ser utilizado comercialmente.
No daguerreótipo, a placa é sensibilizada à luz ao expô-la a vapores de iodo que, ao se combinar com a prata, produzem o iodeto de prata fotossensível. Exposta à luz, a placa registra uma imagem invisível, chamada ‘imagem latente’. O tempo de exposição é de cerca de 20 a 30 minutos, ao contrário dos métodos anteriores que demandavam muitas horas.
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O desenvolvimento da imagem é efetuado ao se colocar a placa exposta sobre um recipiente de mercúrio ligeiramente aquecido (75 ºC). O vapor do mercúrio se condensa sobre a placa e se combina com o iodeto de prata, formando um amálgama somente nos pontos onde a luz incidiu, com mais ou menos intensidade.
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Louis Jacques Mandé Daguerre demonstra o daguerreótipo diante da Academia de Ciências em Paris em 19 de agosto de 1839
O declínio acelerado da fotografia por daguerreótipo era inevitável. O processo era complexo, exigia muito trabalho e implicava numerosas etapas, o que a tornava cara e pouco acessível ao grande público. Ademais, a exposição normal era demorada, obrigando a pessoa a manter a pose durante todo o tempo.
Expansão
A partir de 1841, os avanços científicos permitiram realizar um retrato em menos de um minuto. A daguerreotipia se espraia por toda a Paris. Aos poucos, com a redução do tamanho da placa e o aperfeiçoamento dos métodos, seria possível obter retratos em algumas dezenas de segundos.
Os ateliês passaram a ter seu interior decorados luxuosamente, a fim de testemunhar o nível de vida do fotografado. O sucesso social, sendo a única glória desses novos ricos, levavam-nos a querer se imortalizar, deixando-se fotografar num cenário adequado: cortina drapeada, rico mobiliário, sinais de cultura – livros, instrumentos de música -. A pose tornou-se um verdadeiro ritual. O pintor Paul Delaroche chorou ao assistir a uma sessão de fotografia: “A partir de hoje, a pintura está morta”.
Alguns anos mais tarde, um outro motivo viria animar os daguerreotipistas de Paris. Após a chegada ao poder de Napoleão III, o barão Haussmann, prefeito do Departamento do Sena, se prepara para reorganizar toda a cidade, construir os grandes bulevares e, por consequência, destruir numerosos recantos da capital. Alguns percebem o interesse museográfico de suas tomadas e muitos dos logradouros desaparecidos só sobrevivem ainda hoje na memória pictórica graças à daguerreotipia.
Outros fatos marcantes da data:
19/08/1936 – Poeta García Lorca é fuzilado na Espanha
19/08/14 – Morre o imperador Augusto, fundador do Império Romano
19/08/1662 – Morre Blaise Pascal, físico francês, inventor da prensa hidráulica