Em 11 de setembro de 1940, Adolf Hitler envia reforços do exército e da força aérea à Romênia a fim de proteger as preciosas reservas de petróleo e preparar uma base de operações na Europa Oriental para um posterior assalto contra a União Soviética.
Logo no começo de 1937, a Romênia passou a ser controlada por um governo fascista, que carregava grande semelhança com o da Alemanha nazista, inclusive com similares leis anti-judaicas. O rei da Romênia, Carol II, dissolveu o governo um ano depois devido a uma falida economia e instalou no poder como primeiro-ministro o patriarca ortodoxo.
Contudo, a morte do patriarca e o levante camponês provocaram uma renovada agitação pela organização paramilitar fascista Guarda de Ferro, que buscava impor a ordem pela força. Em junho de 1940, a União Soviética cooptou duas províncias romenas.
O rei procurou um aliado a fim de ajudar a protege-las e manter os extremistas de direita dentro de limites. Em 5 de julho de 1940, a Romênia aliou-se à Alemanha nazista, apenas para ser invadida pelo seu aliado, como parte da estratégia de Hitler de criar um enorme front oriental contra a União Soviética.
O rei abdicou em 6 de setembro, deixando o país sob o comando do primeiro-ministro fascista Ion Antonescu e sua Guarda de Ferro. Embora tenha recuperado os territórios perdidos para os soviéticos, teria também de aguentar a rapinagem dos alemães dos seus recursos como parte do esforço de guerra nazista. A par de assumir o controle dos poços e instalações petrolíferas romenas, Hitler lançaria mão da safra de alimentos, gerando uma grave crise para a população local.
Bundesarchiv
Ion Antonescu ao lado de Adolf Hitler, em junho de 1941, em Munique
Para a Alemanha, a investida russa para oeste teria de ser contida sobretudo na Romênia, cujos recursos petrolíferos eram de importância vital para Berlim que, devido ao bloqueio britânico, não mais podia importar petróleo por mar.
Em 28 de agosto, Hitler ordenou que cinco Divisões Panzer e três Divisões Motorizadas, juntamente com tropas paraquedistas e aerotransportadas se apoderassem dos campos petrolíferos da Romênia em 1º de setembro. O ministro do Exterior alemão, Ribbentrop ficou de intimidar os romenos. Bucarest aceitou o acordo proposto pelo Eixo em 30 de agosto, no Palácio Belvedere em Viena.
Quando Mihai Manoilescu, ministro romeno das Relações Exteriores, viu o mapa no qual se estipulava que cerca de metade da Transilvânia iria para a Hungria, desmaiou, caindo sobre a mesa e somente voltou a si depois que os médicos o fizeram cheirar cânfora. A Romênia recebeu da Alemanha e Itália, para dar a Hitler uma desculpa legal para os seus novos planos, garantia para a manutenção do que restava de seu território.
Fez-se luz sobre os novos planos do Führer três semanas depois. Em 20 de setembro, numa diretriz secretíssima, ordenou as suas “missões militares”: Sua tarefa será a de guiarem amistosamente a Romênia na organização e instrução de suas forças. A verdadeira tarefa – que não deve aparecer, quer aos romenos quer as nossas próprias tropas – será: Proteger os distritos petrolíferos; Preparar para o desdobramento, partindo de bases romenas, das forças alemãs e romenas no caso de sermos obrigados a travar uma guerra contra a Rússia Soviética.
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.