Em 12 de abril de 1945, o presidente Franklin Delano Roosevelt falece após quatro memoráveis mandatos presidenciais, tendo o vice-presidente Harry S. Truman assumido o cargo de um país ainda em conflito na Segunda Guerra Mundial e na posse de uma arma de poder destruidor terrível e sem precedentes.
Segundo a biógrafa presidencial Doris Kearns Goodwin, era por volta de uma da tarde em Warm Springs, Georgia, quando repentinamente o presidente se queixou de uma fortíssima dor de cabeça na parte posterior, desabando inconsciente. Um médico diagnosticou uma maciça hemorragia cerebral.
Outro médico telefonou para a mulher de Roosevelt, Eleanor, que estava em Washington. Ela afirmou que viajaria para a Georgia naquela noite, após um compromisso agendado de palestra. Às 15h30, no entanto, os médicos em Warm Springs anunciaram a morte do presidente.
Eleanor havia pronunciado seu discurso e estava ouvindo uma execução ao piano quando foi convocada para ir às pressas à Casa Branca. Às 17h30, ela recebeu o vice-presidente Harry Truman, que ainda não estava a par do acontecido. Ele perguntou se podia fazer algo por ela, ao que Eleanor respondeu: “Há alguma coisa que nós possamos fazer por você, pois é você quem assume agora as terríveis responsabilidades”.
Roosevelt havia governado no período imediatamente posterior à Grande Depressão e quase toda a Segunda Guerra Mundial, legando uma marca indelével durante décadas. Deixou Truman com a difícil decisão de continuar ou não a desenvolver, e eventualmente utilizar, a bomba atômica.
Incrivelmente, Roosevelt não havia contado nada a Truman sobre o programa atômico e somente após a morte do presidente é que ele tomou conhecimento do Projeto Manhattan.
Wikimedia Commons
Roosevelt havia governado no período imediatamente posterior à Grande Depressão e quase toda a Segunda Guerra Mundial
Milhares de pessoas se alinharam à beira da Estrada de ferro para as despedidas a Roosevelt enquanto um trem em baixa velocidade conduzia o caixão de Warm Springs a Washington. Após as solenidades oficiais, seu corpo foi enterrado na propriedade da família em Hyde Park, estado de Nova York.
Leia mais:
1933 – Roosevelt escapa de atentado em Miami
1933 – Roosevelt apresenta ao Congresso o 'New Deal'
1953 – Kruchev é escolhido para o Secretariado do Partido Comunista
1945 – Conferência de Yalta pressagia a Guerra Fria
Hoje na História: 1943 – Forças soviéticas rompem o cerco a Leningrado
Hoje na História: 1939 – É assinado o pacto Molotov-Ribbentrop
Relação com a URSS
Em abril de 1945, Roosevelt já havia sido eleito presidente 4 vezes e governara por mais de 12 anos. Viu o país passar por alguns de seus tempos mais sombrios. Dois meses antes, Roosevelt viajou a Yalta, na União Soviética, para se encontrar com Joseph Stalin e Winston Churchill para discutir o mundo pós-guerra. Roosevelt regressou das intensas reuniões abatido e doente.
O presidente deixou um legado controverso acerca de suas relações com a URSS. Críticos da direita acusam-no de ter sido “mole” com os comunistas e ingênuo no trato com Stalin. As reuniões em Yalta, alegam, resultaram numa “capitulação” que deixou os soviéticos com o controle da Europa Oriental e metade da Alemanha.
Os defensores de Roosevelt respondem que ele manteve a Grande Aliança entre Estados Unidos, Reino Unido e URSS tempo suficiente para derrotar a poderosa Alemanha. Quanto a Europa Oriental e Alemanha, ele pouco poderia fazer uma vez que o Exército Vermelho já ocupava essas áreas ao derrotar a Whermacht.
Certas decisões de Roosevelt na época da Guerra criaram polêmicas internas, como a exigência de rendição incondicional das potências do Eixo, que seus adversários dizem ter prolongado o conflito. Outra foi a aquiescência a Stalin em ceder territórios no Extremo Oriente em troca de seu apoio à guerra contra o Japão.
Outros fatos marcantes da data:
12/04/1961 – Gagárin faz a primeira viagem de um homem no espaço
12/04/1927 – o Kuomitang de Chang Kai-sheck lança ofensiva contra a insurreição de Shangai
12/04/1803 – Lei de 22 Germinal ano XI interdita as reuniões de trabalhadores e proíbe os sindicato
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.