No dia 11 de agosto de 1960, a República do Chade tornou-se autônoma e conquista sua independência com a presidência de François Tombalbaye.
O país é dividido em três grandes regiões geográficas: uma área desértica, um espaço semi-árido e a savana sudanesa. O lago Chade, que dá nome ao país, é sua principal reserva aquática e seu ponto culminante é o monte Emi Kussi, no maciço do Tibesti.
Do final do século XIX ao início do século XX, a França afirma sua soberania sobre o conjunto do que é hoje o território atual do Chade. Em 1920, há o processo de incorporação da região à África Equatorial Francesa. Apesar da independência, conserva uma relação privilegiada com o antigo colonizador, que interveio militarmente em diversas ocasiões.
O país é teatro de crises quase que permanentes ligadas a dissensões internas e, mais recentemente, à extensão do conflito de Darfour. Em 2003, tornou-se exportador de petróleo mas permaneceu com a economia focada na produção de algodão, amendoim e carne bovina.
É um país da África Central sem acesso ao mar, situado ao sul da Líbia, a leste de Niger e da Nigéria, ao norte de Camarões e da República Centro-Africana e a oeste do Sudão. Sua capital é N’Djamena. Constitui um ponto de passagem entre a África do Norte e a África Negra. Com uma superfície de 1284 milhões quilômetros quadrados, é o quinto país mais extenso do continente.
O Chade em suas fronteiras atuais é uma criação da colonização europeia. Suas fronteiras resultaram de negociações entre França e Alemanha nos anos de 1880. Ainda assim, o país possui uma história rica e é um dos berços da humanidade.
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François Tombalbaye em marcha em comemoração dos 10 anos de independência do Chade, em 1970
Foi a primeira colônia a se unir à França Livre em 1940. Teve logo de reagira à revolta das populações muçulmanas do Norte o que o levou a pedir ajuda de tropas francesas em 1968. Após o assassinato de Tombalbaye, em 1975, o poder foi ao general Felix Malloum, que teve de ceder lugar a Gukuni Oueddei logo após a primeira batalha de Ndjamena, em 1979. Em 1980, a segunda batalha de Ndjamena permitiu a Oueddei eliminar seu rival, Hissene Habré, com a ajuda decisiva do líbio Muammar Kadhafi.
Após o fracasso de um projeto de fusão entre o Chade e a Líbia em 1981, as tropas líbias se retiram nos quadros de um acordo concluído com o governo francês. Em 1982, Oueddei foi derrocado por Habré, que teve de apelar para a ajuda de tropas francesas no ano seguinte para conter uma nova invasão líbia. Em 1987, uma contraofensiva das forças chadianas obrigaram as tropas líbias a evacuar o país, salvo a zona de Aozou, restituído ao Chade só em 1994.
Em 1990, Habré foi derubado por Idriss Deby que, paradoxalmente, buscou ajuda da França e da Líbia para combater movimentos de rebelião encorajados pelo vizinho Sudão. Novo anos depois, se vincula à Segunda Guerra do Congo, apoiando o governo de Kinshasa. Em fevereiro de 2008, a rebelião tenta derrubar o governo de Deby, penetrando em Ndjamena após atravessar o país pelo Sudão. Em maio de 2009, houve outra ofensiva, também partindo do Sudão.
Um referendo ocorreu em 6 de junho de 2005 para modificar a Constituição de 1996. O ponto mais importante era a possibilidade de o presidente Deby postular indefinidamente sua candidatura às eleições presidenciais.
Em 2 de fevereiro de 2008, rebeldes, aparentemente apoiados pelo Sudão, tomaram a capital do país N’Djamena e deixaram livre apenas o palácio presidencial, onde o presidente estava refugiado. A França evacua uma parte de seus residentes. Em 4 de fevereiro, o Conselho de Segurança das Nações Unidas condena os ataques contra o governo chadiano. O exército, por fim, acabou por repelir os rebeldes com a ajuda logística da França.
Também neste dia:
1934 – Prisão de Alcatraz recebe os primeiros detentos civis
1919 – Alemanha adota primeira constituição republicana
1973 – “Hip Hop” nasce numa festa de aniversário no Bronx, Nova York
1952 – Hussein assume o trono da Jordânia e reina até sua morte, em 1999
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.