Em 25 de fevereiro de 1986, sob manifestações populares contra seu governo, o presidente das Filipinas, Ferdinando Marcos, foge do palácio presidencial em Manila em um helicóptero militar dos Estados Unidos para o aeroporto e, de lá, para o Havaí.
O advogado Ferdinando Marcos (1917–89) era assessor do presidente Manuel Roxas e foi eleito para o Congresso em 1949, primeiro como deputado e depois como senador. Liberal no início, rompe com o partido em 1965 e vence as eleições presidenciais no mesmo ano como candidato do Partido Nacionalista (de direita), derrotando Diosdado Macapagal.
Como presidente, Marcos manteve laços estreitos com os EUA. Em agosto de 1969, lança ofensivas militares contra rebeldes comunistas e outros muçulmanos, na ilha de Mindanao. Em 1969, é reeleito.
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Em 1972, Marcos impõe uma lei marcial em resposta a atos públicos das forças de esquerda e uma série de atentados a bomba em Manila. No ano seguinte, outorga uma nova Constituição e assume poderes ditatoriais.
Com apoio de Washington, seu regime é marcado pela dilapidação da ajuda financeira externa, pela repressão e por assassinatos políticos. Mas o isolamento crescente, alimentado pela corrupção e a vida extravagante de sua mulher, Imelda (famosa por colecionar centenas de sapatos luxuosos), culminou com protestos em massa.
Após o assassinato do jornalista Benigno Aquino, em 1983, recém-retornado ao país após anos de exílio nos EUA, a oposição uniu-se em torno da viúva do jornalista, Corazón Aquino, que concorreu contra Marcos nas eleições de 1986.
Na ocasião, Marcos teria fraudado a votação, declarando-se vitorioso contra Corazón Aquino. Mas a candidata rival também se declarou vitoriosa e recebeu apoio popular, materializado em protestos nas ruas de Manila.
Exílio
Abandonado pelos antigos defensores, Marcos e sua mulher Imelda fugiram para o exílio nos EUA, onde sofreram investigação por malversação de fundos e desfalque. Evidências de corrupção do casal viriam à tona nos anos 1990. Corazón Aquino assumiu a presidência, tornando-se a primeira mulher a governar o país.
Ferdinando Marcos morreu em 1989, no Havaí. Após a morte do marido, Imelda foi considerada inocente dos desfalques por um tribunal dos EUA em 1990, mas condenada por corrupção em processo nas Filipinas em 1993. A decisão acabou revertida por uma instância superior em 1998.
Em 2003, no entanto, o governo filipino foi notificado de que havia 650 milhões de dólares em contas bancárias congeladas na Suíça que haviam pertencido a Ferdinando Marcos.
Wikicommons
Como presidente, Marcos manteve laços estreitos com os EUA, lançando ofensivas militares contra comunistas e muçulmanos