Morreu na noite de sábado (12/03), aos 76 anos, a professora da Universidade Estadual de São Paulo (USP) Lisete Regina Gomes Arelaro. Pedagoga de referência popular, Lisete foi candidata ao governo de São Paulo pelo Psol em 2018 e também atuou coordenando os setoriais de Educação Estadual e Nacional no PT. Ela faleceu em decorrência de um câncer de estômago.
Lisete ocupou a diretoria da Faculdade de Educação da USP entre 2010 e 2014 e construiu uma trajetória que incluiu passagens pela administração pública.
A professora integrou a equipe Paulo Freire durante a gestão da então prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PT), no período de 1989 a 1992, e foi secretária de Educação em Diadema nos intervalos 1993-1996 e 2001-2002, nos dois primeiros mandatos do atual prefeito, José de Filippi Jr. (PT).
Em nota divulgada à imprensa, o Diretório Municipal do PT São Paulo se referiu a Lisete como “companheira leal e uma das grandes educadoras deste país”.
“O Brasil perdeu uma mulher fundamental na construção da educação popular, inclusiva e transformadora. Lisete deixa uma grande contribuição para as lutas do povo brasileiro, a quem dedicou sua luta e sua vida. Seu legado estará presente no futuro das próximas gerações”, disse o partido.
O corpo da professora será velado neste domingo (13/03), na Faculdade de Educação da USP, das 16 às 20 horas. Militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) farão uma homenagem à docente no local.
“Estaremos lá prestando toda a nossa homenagem a ela, que sempre caminhou lado a lado conosco na defesa da reforma agrária, de um projeto de país, de uma sociedade socialista e sempre em defesa da educação popular”, afirma ao Brasil de Fato a militante Luana Pommé, do Coletivo Nacional de Educação.
FE-USP/Reprodução
Lisete Arelaro assumiu diretoria da Faculdade de Educação da USP entre 2010 e 2014
Repercussão
A morte da professora repercutiu entre diferentes personagens do mundo político da esquerda. Em duas mensagens pelo Twitter, a deputada Luiza Erundina disse que Lisete teve uma “rica existência”.
“Estou terrivelmente triste com a partida da querida amiga Lisete Arelaro. Deixa um valioso legado como educadora e como militante socialista. Vai fazer uma enorme falta na nossa dura luta em defesa da democracia e pela construção de um mundo mais justo e solidário”, acrescentou Erundina.
Outros psolistas se manifestaram pelas redes sociais. “Que tristeza! Perdemos hoje uma mulher imprescindível. Lisete Arelaro nos deixou. Companheira leal e uma das grandes educadoras deste país. Muita força para todos os familiares. Lisete, querida, vá em paz! Sua memória será uma inspiração para seguirmos em frente”, disse Guilherme Boulos, ex-candidato a presidente da República.
“Lisete Arelaro foi uma das mulheres mais inspiradoras que conheci. Intelectual militante, foi diretora da Faculdade de Educação da USP e candidata ao governo de SP pelo Psol. Partiu no dia de hoje, mas seu legado permanece. Meus sentimentos à família. Professora Lisete presente!”, exclamou a deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP).
O deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) também se somou às manifestações sobre a morte da professora, de quem se disse amigo de longa data.
“Companheira de luta e sonho socialista desde 1968 na luta contra a ditadura. Mulher, mãe guerreira. Uma das maiores educadoras do Brasil. Formadora de uma legião de pedagogos freirianos. Gigante em tudo que fez. Brilha, Lisete!”, bradou o psolista.
Já o presidente nacional do partido, Juliano Medeiros, disse que a morte da professora marca “um dia triste para a esquerda”.