O humorista e apresentador Jô Soares morreu na madrugada desta sexta-feira (05/08), aos 84 anos. Também escritor, dramaturgo e músico, ele estava internado desde 25 de julho no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, por causa de uma pneumonia.
A morte foi confirmada por Flavia Pedras Soares, ex-mulher do humorista. “Nos deixou cercado de amor e cuidados”, escreveu em rede social. A causa da morte, porém, não foi divulgada.
Segundo ela, o sepultamento e o velório serão reservados para a família e amigos do artista. Local e data não foram divulgados.
José Eugênio Soares, o Jô, nasceu no Rio de Janeiro em 1938 e sempre teve o humor como marca registrada. Ele estreou na televisão em 1956, no elenco do programa Praça da Alegria, da Record – emissora na qual trabalhou por dez anos, participando de diversos programas e uma novela.
Em 1959, Jô atuou no filme O homem do Sputnik, de Carlos Manga.
Já na Globo, em 1971 ele estrelou o programa Faça Humor, Não Faça a Guerra, e em 1973 migrou para o Satiricom. Em 1981, ganhou seu próprio programa humorístico, o Viva o Gordo. Em 1983, Jô participou do musical infantil Plunct, Plact, Zuuum. Ele ainda foi comentarista no Jornal da Globo até 1987.
Seu primeiro trabalho como apresentador foi no SBT, no Jô Soares Onze e Meia, entre 1988 e 1999. Na Globo, o icônico Programa do Jô ficou no ar entre 2000 e 2016.
Desde o encerramento do contrato com a Globo, Jô esteve praticamente afastado dos holofotes. Apenas em 2018 ele foi comentarista da Copa do Mundo no programa Debate Final, da Fox Sports.
Apesar de as telas terem sido seu principal palco, o artista também apresentou programas de rádio no Rio de Janeiro, na extinta Jornal do Brasil AM e na Antena 1.
Vida pessoal
Jô Soares era filho único do empresário paraibano Orlando Heitor Soares e da dona de casa Mercedes Pereira Leal. Era sobrinho de Togo Renan Soares, o “Kanela”, ex-treinador da seleção brasileira de basquete. Tinha ainda laços de parentesco com personalidades como Francisco Camilo de Holanda, ex-governador da Paraíba; e Filipe José Pereira Leal, diplomata e político que, no Brasil Imperial, governou o Espírito Santo.
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Jô estava internado desde julho por causa de uma pneumonia, mas causa da morte não foi informada
Ainda na infância, morou na Europa com a família e pensava em ser diplomata, até que seu humor o levou a outro tipo de carreira. Como estudante, passou pelos colégios de São Bento, no Rio de Janeiro; São José, em Petrópolis; e Lycée Jaccard, em Lausana, na Suíça.
Ele tinha um único filho, Rafael Soares, do casamento com a atriz Therezinha Millet Austregésilo, que durou entre 1959 e 1979. Rafael morreu em 2014 aos 50 anos.
O artista também foi casado com a atriz Sílvia Bandeira, de 1980 a 1983, e com a designer gráfica Flavia Pedras Soares, de 1987 a 1998.
Católico e devoto de Santa Rita de Cássia, Jô falava português, inglês, francês, italiano e espanhol, além de ter conhecimentos de alemão.
Comoção
No anúncio da morte no Instagram, Flavia Pedras Soares descreveu o ex-marido como um “apaixonado pelo país onde nasceu e escolheu viver, para tentar transformar, através do riso, num lugar melhor”.
Várias personalidades lamentaram a morte do artista nas redes sociais. “Eu tive a honra de conhecer e conviver com esse jornalista e humorista tão talentoso e querido de todos nós”, escreveu a apresentadora Ana Maria Braga no Twitter, acrescentando que o dia amanheceu mais sem graça.
Também no Twitter, a atriz Barbara Paz definiu Jô como “um homem inteligentíssimo, engraçado e humano”. “Obrigada por tudo, Jô! Teus ensinamentos e tua risada ficam!”, escreveu, desejando que ele seja recebido com muitos aplausos e risadas no céu.
“Obrigado por tanta arte, Jô Soares! Beijo do gordo!”, comentou o criador de conteúdo e roteirista Thiago Pasqualotto.
Para a cantora Zélia Duncan, o Brasil perdeu “um artista único, um comediante que amava seu ofício acima de tudo, um ator fora de série, um entrevistador brilhante, um cidadão que amava seu país e seus amigos”.