O presidente da Bolívia, Evo Morales, apelou à origem afro-americana de Barack Obama para pedir que ele rechace a lei anti-imigração do Arizona e evite o retorno “dos obscuros dias de perseguição por cor de pele e origem racial” nos Estados Unidos.
Morales anunciou hoje (5/8) que enviará a Obama uma carta com a solicitação e iniciará uma campanha internacional “em defesa” dos migrantes, tal como fez para que a ONU (Organização das Nações Unidas) aprove uma resolução que reconheça a água como um dos direitos humanos.
O presidente boliviano leu em uma coletiva de imprensa a missiva, na qual recorda que o mandatário dos EUA “é o primeiro afro-americano” que chegou ao cargo político máximo da nação, e que seus pais, assim como milhares de imigrantes, “tiveram que iniciar uma vida em um país que não era deles”.
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“Não sei o que pensou seu pai, que foi imigrante, se sentiu que não podia viver e trabalhar” em um país que “prega a justiça social, a livre circulação e mercado, e castiga os latino-americanos”, que fazem “tanto esforço para o desenvolvimento” dos Estados Unidos, continua a mensagem.
O presidente boliviano lembra ainda a Obama que “está em suas mãos
evitar que em seu país retornem os obscuros dias de perseguição pela cor
de pele e a origem racial”.
SB1070
A lei SB1070 entrou em vigor há uma semana, embora parte de seus artigos tenham sido bloqueados pela juíza Susan Bolton. Entre os pontos suspensos estão os mais polêmicos, como o que possibilitaria às autoridades revistarem uma pessoa que pareça suspeita de ser ilegal e o que obrigaria os imigrantes a portarem documentos que comprovassem sua estadia.
A vigência da norma do Arizona “somada à diretiva de retorno voluntário” da Europa, afirma a carta de Morales, coloca “em difícil situação milhares de imigrantes, principalmente latino-americanos”.
A diretiva aplicada na União Europeia prevê o regresso voluntário de imigrantes ilegais, estabelecendo um período máximo de detenção para quem for preso, o qual não poderá exceder seis meses, e introduzindo a proibição de entrada nos países do bloco por até cinco anos para quem for expulso.
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