O líder opositor venezuelano Leopoldo López, que está preso, pôs fim nesta terça-feira (23/06) à greve de fome que mantinha há 30 dias e pediu a seus correligionários que também estavam sem se alimentar a fazer o mesmo, conforme anunciou em carta lida por sua esposa, Lilian Tintori, a jornalistas.
“A Venezuela já tem data para a mudança. Há 30 dias assumi a responsabilidade de iniciar uma greve de fome. Tivemos avanços, mas há caminho a percorrer nesta luta para conquistar a democracia”, afirmou López na carta.
Agência Efe (arquivo/fev.2014)
Político opositor Leopoldo López está preso desde fevereiro de 2014 na Venezuela
O opositor reconheceu como “muito significativos” os pronunciamentos da Unasul (União de Nações Sul-americanas), da OEA (Organização dos Estados Americanos) e da UE (União Europeia) e disse que “representam um claro compromisso com a democracia na Venezuela”.
Além disso, ele afirmou confiar que “nas próximas horas se honre o compromisso da Defensoria Pública, da procuradoria e da Corte Suprema de Justiça da pronta libertação dos que estão injustamente presos”.
“Peço, com o coração na mão, que assumamos com humildade as conquistas obtidas neste protesto e que, juntos, todos suspendamos a greve de fome”, disse López em relação aos cerca de cem militantes e simpatizantes de seu partido que tinham se juntado ao jejum nas últimas semanas em solidariedade a ele.
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O fundador do partido Vontade Popular expressou em sua carta seu “profundo agradecimento” a essas pessoas “que se somaram a este protesto pacífico” e agradeceu também às instituições que mostraram preocupação pela saúde dos manifestantes.
López declarou que a greve de fome foi suspensa, mas que “a luta continua” e as reivindicações são mantidas, incluindo a libertação “de todos os presos políticos” e “o fim da perseguição e da censura”.
O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) anunciou ontem que as eleições parlamentares na Venezuela vão acontecer no dia 6 de dezembro. A marçação de uma data para o pleito era uma das reivindicações de López quando começou a greve de fome junto com o também opositor preso Daniel Ceballos, que abandonou o protesto no último dia 11.